Desde o fim de dezembro de 2023, moradores de várias localidades do interior de Castro, mais precisamente da região do Distrito do Socavão, estão sem o transporte rural. O serviço opera as 19 linhas, mas atualmente somente duas estão em serviços, ou seja, que liga somente Socavão e Abapan para o município.
Sobre a falta de transporte, moradores procuraram na sexta-feira (1°), a 3ª Promotoria de Justiça de Castro, para relatar os problemas enfrentados e também a falta de informação por parte da prefeitura em não fornecer o transporte rural que ainda é pago. As localidades que foram prejudicadas são, Lagoa dos Ribas, Herval dos Limas, Caratuva, Barrinha, Palmital, Cercado, Invernada, Vila do Socavão, Palmital, Olho d’água do Canha, Ribeirão dos Pinheiros, Quebrada Funda, Butiazal, Paina, Faxinal de São João, Serra do Apon, São Luiz dos Machados, Imbuial, Pinhal Grande, Limitão, Arroio Bonito, Vargedo, Tanque Grande, Ferreiras, entre outras.
A reportagem do Portal Boca no Trombone conversou com um dos moradores e uma das pessoas responsáveis que acompanha a situação. Para Leandro Santos de Oliveira, a falta está causando enorme transtorno a população do interior. “O legislativo municipal as poucas vezes que falaram no assunto foi apenas cobrança de explicação e nada além disso. A prefeitura parece pouco se importar com assunto, abriram uma contratação de emergência via edital da última sexta feira (1°), depois de muita pressão popular e dos meios de comunicação se solidarizarem conosco, qual ajudam e estão ajudando a divulgar a situação de calamidade que o pessoal do interior está enfrentando neste momento”.
Além disso, um dos pontos é que crianças não estão indo para escola, principalmente alunos que precisam ir até a APAE, além de outros problemas, como idosos que precisam ir até a cidade para receber.
Leandro também destaca que “lideranças políticas do distrito do socavão interior do município, só começaram a se manifestar depois das cobranças da população. Da se a entender que politizaram a situação e estão usando a população como massa de manobra”. Por outro lado detalha que “no momento as empresas não tem grande interesse nas linhas, muito por causa do total abandono que se encontra a maioria das estradas do interior, alguns trechos totalmente intransitável”.
Em relação a reclamação no Ministério Público de Castro, o morador conta que foi anexado o relato a um processo que já está em andamento. “Foi orientado a acompanhar via protocolo e a promotoria pede para a prefeitura, explicações sobre a situação”.
Prefeito fala sobre a falta do transporte rural
Antes do término do transporte, a Prefeitura de Castro abriu chamado público emergencial em decorrência do pedido de rescisão contratual, feito pela antiga empresa, qual alegou inviabilidade econômica e não teve mais interesse em manter as linhas. Por outro lado, na sexta-feira (1°), a administração municipal abriu novamente um chamamento para empresas interessadas. As inscrições estão abertas até o dia 1° de abril na prefeitura.
Em conversa com o prefeito de Castro, Alvaro Telles, aponta que “a antiga empresa alegou inviabilidade econômica, qual simplesmente avisou que não renovaria e que deixaria de prestar serviços. Imediatamente providenciamos a realização do chamamento público. Nesse meio tempo, apenas duas linhas apareceram interessadas que é o do Distrito do Socavão que está em funcionamento e do Abapan. Tínhamos 19 linhas dessa empresa que operava e como ela desistiu de todas, e as que se tornaram viáveis digamos economicamente para os dias de hoje, seriam do Socavão e do Abapan para cá, ficaram 17 linhas de pequenas localidades que levariam até o município ou até os distritos, mas ainda não aparecem interessados, ou seja, a procura está muito pequena”.
Alvaro disse que o edital segue aberto para que as empresas que queiram se habilitar e iniciar após cumprir as exigências. O prefeito destaca que não há necessidade de serem ônibus. “Existe linhas pequenas que pode ser feito por uma Kombi e até mesmo uma van”.
Sobre se haveria alguma solução para resolver o problema explica que não. “Eu não tenho como. Estamos em ano de eleições, eu poderia, por exemplo, colocar ônibus do transporte do município fazer esse serviço, mas não posso, porque a justiça eleitoral vai entender que estou fazendo um favorecimento, digamos que se fosse candidato a reeleição ou para o candidato que poderia apoiar. Com isso, a única solução é aparecer interessados que queiram prestar o serviço”, finaliza.
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