A obesidade infantil é uma questão de saúde pública que vem se intensificando globalmente, afetando um número crescente de crianças e adolescentes. O estilo de vida contemporâneo, caracterizado por hábitos sedentários e uma dieta rica em alimentos processados e açucarados, tem contribuído para o aumento alarmante nos índices de sobrepeso entre os jovens. De acordo com dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), em 2023, aproximadamente 14,2% das crianças brasileiras com menos de cinco anos apresentavam excesso de peso ou obesidade.
Recentemente, o Governo Federal anunciou uma medida significativa durante o 6º Encontro Nacional do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), realizado em Brasília. A partir deste ano, foi reduzido para 15% o limite permitido de alimentos processados e ultraprocessados nas escolas públicas, com uma meta de 10% até 2026. Esta iniciativa visa fortalecer a alimentação escolar no Brasil e criar uma Política Brasileira de Alimentação Escolar mais eficaz.
O Dr. Afonso José Sallet, especialista em tratamento da obesidade e doenças metabólicas do Instituto Sallet, destacou a relevância do que é disponibilizado às crianças nas escolas, tanto públicas quanto privadas. Ele observa que muitos dos alimentos consumidos pelos alunos são altamente calóricos e nutritivamente pobres, frequentemente compostos por doces, refrigerantes e salgadinhos ultraprocessados. “A acessibilidade financeira a esses produtos torna-os as escolhas predominantes nas lancheiras escolares”, afirmou o especialista.
Com a aproximação do Dia Mundial da Obesidade, celebrado em 4 de março, um alerta se torna ainda mais urgente. O Atlas Mundial da Obesidade e a Organização Mundial da Saúde (OMS) projetam que, até 2030, o Brasil ocupará a quinta posição no ranking global de países com maior número de crianças e adolescentes obesos. Caso não haja intervenção imediata, há apenas 2% de chance de reverter essa situação.
Os números são preocupantes: cerca de 14,3% das crianças entre dois e quatro anos estão acima do peso adequado; 227,6 mil delas apresentam obesidade; enquanto outras 273,3 mil enfrentam sobrepeso. Entre as crianças na faixa etária de cinco a nove anos, a situação é ainda mais alarmante: 29,3% estão com excesso de peso, incluindo 200 mil com obesidade grave.
Além da alimentação inadequada, Dr. Sallet destaca outros fatores que contribuem para a obesidade infantil: o sedentarismo crescente devido ao uso excessivo de dispositivos eletrônicos, predisposições genéticas e questões emocionais como depressão e ansiedade. Essas circunstâncias podem levar as crianças a desenvolverem hábitos alimentares prejudiciais e a falta de atividade física.
A condição não apenas afeta a saúde física das crianças, mas também pode gerar consequências emocionais e sociais significativas. Os riscos aumentam para doenças crônicas na vida adulta, como diabetes tipo 2 e hipertensão. Dr. Sallet enfatiza que enfrentar esse desafio exige uma abordagem abrangente que inclua apoio dos pais e educadores, bem como políticas públicas eficazes.
Sobre o Instituto Sallet: Fundado em 1999 pelo Dr. José Afonso Sallet, o Instituto Sallet se destaca pelo seu compromisso com a qualidade no atendimento aos pacientes. Especializado no tratamento da obesidade e doenças metabólicas, o instituto já realizou mais de 24 mil procedimentos cirúrgicos bariátricos e metabólicos por via laparoscópica ao longo de sua trajetória de 24 anos.
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