Coluna

Os irmãos Oliveira e o coronelismo moderno

No dia 02 de outubro, Ponta Grossa elegeu dois deputados estaduais e pela primeira vez na história três deputados federais. No entanto, a partir do dia 01 de janeiro de 2023 teremos uma deputada estadual, Mabel Canto, e dois deputados federais, Aliel Machado e Sandro Alex, isso caso esse último não assuma algum cargo no Governo Estadual, como ocorreu no ano de 2018, quando deixou o mandato de deputado para assumir a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística.

Com o cargo a época no Governo Estadual, deixou a cidade com apenas um deputado (Aliel Machado), o suplente, Stephanes Junior, que acredito que não passou nem de avião por nossa cidade, ou seja, evidente que perdemos muita representatividade e recursos neste período.

E não é que a novela se repete, só que neste ano quem está abandonando o mandato (e os eleitores) é seu irmão, Marcelo Rangel, que nem bem foi diplomado como deputado estadual, já anunciou que será Secretário de Inovação Modernização e Transformação Digital no Governo Ratinho Junior, cargo este que havia assumido logo após deixar a prefeitura de Ponta Grossa.

A primeira pergunta que fica, qual é o benefício que este cargo assumido por Rangel, trará para a nossa cidade? Uma vez que, como deputado, poderia trazer recursos e projetos para beneficiar não somente a nossa cidade, mas toda a região. Aliás, a segunda indagação, o que Rangel fez no período que esteve como secretário de Inovação, inovamos em que?

Agora é esperar que o seu irmão também não abandone os eleitores como fez em 2018 e não deixe a região com apenas um deputado federal. Com relação a representatividade estadual, fomos salvos por Moacyr Fadel, eleito deputado estadual por Castro. Aqui vale um registro, Marcelo e Moacyr disputavam espaço político nos Campos Gerais, o político de Castro chegou a ser declarado inelegível, mas foi até o TSE para garantir o mandato dado a ele pelo povo, Fadel fez 41.588 votos, tendo 62,37% dos votos em sua cidade, já Marcelo Rangel, fez 42.002 votos, tendo 16,90% dos pontagrossenses, demonstrando um alto índice de rejeição na cidade.

Por outro lado, quem não teve a mesma sorte foi Jocelito Canto, onde mesmo sendo recordista de votos em nossa cidade, a frente dos atuais deputados federais, Aliel e Sandro, teve declarada sua inegibilidade junto ao TSE (autor da ação foi Sandro Alex), deixando Ponta Grossa com dois federais, (por enquanto). Com essa atitude os irmãos Oliveira tiram o ex prefeito da corrida ao Paço Municipal de 2024, na verdade tiram o seu nome das urnas, mas não o seu potencial eleitoral que se demonstrou bastante robusto nas duas últimas eleições.

Fica aqui, nosso questionamento, até onde a vontade pessoal deve estar acima do direito dos eleitores em terem uma maior representatividade? Ao que os parece, os irmãos Oliveira, infelizmente, pensam muito mais em si do que na cidade e na região, aliás, isso não é novidade, basta lembrarmos dos parceiros da política que eles deixaram para traz, os quais, para ambos serviram apenas de trampolim, alguém lembra de um nome aí?


Roberto Ferensovicz

Roberto Ferensovicz

Servidor público municipal há 28 anos. Vice-presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ponta Grossa (SindServ-PG)

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