A eleição de um novo Papa está marcada para ocorrer entre os dias 5 e 10 de maio na Capela Sistina, e o cenário atual revela uma disputa cheia de incertezas. Diversos nomes surgem como potenciais candidatos à sucessão do pontificado, conhecidos como “papabili”.
Cardeal Pietro Parolin, atual secretário de Estado do Vaticano, é um dos principais concorrentes. Com uma longa trajetória na diplomacia vaticana desde a década de 1980, Parolin é visto como um mediador habilidoso, especialmente em questões delicadas como a relação com a China. O fato de ter sido braço direito do Papa Francisco lhe confere uma vantagem junto aos cardeais que desejam manter a continuidade do pontificado.
No entanto, seu histórico na supervisão das finanças do Vaticano levanta preocupações. A controvérsia envolvendo perdas financeiras em Londres pode pesar contra ele, além de sua personalidade mais reservada, que não é vista como carismática por alguns membros do Colégio Cardinalício.
Pierbattista Pizzaballa, Patriarca Latino de Jerusalém, aparece como um forte candidato também. Conhecido por sua postura equilibrada em meio aos conflitos no Oriente Médio, ele se tornou uma voz respeitada na crítica à violência. Sua proximidade pastoral e abertura teológica o tornam atraente para muitos, mas sua afinidade ideológica com Francisco pode ser um obstáculo para cardeais que buscam uma mudança mais conservadora.
Fridolin Ambongo Besungu, arcebispo da República Democrática do Congo, é considerado um candidato significativo por sua relevância política e atuação em defesa da justiça social. Sua eleição seria histórica, representando o primeiro Papa negro da Igreja Católica. Contudo, sua postura combativa pode alienar cardeais mais moderados.
Blase Joseph Cupich, arcebispo de Chicago, destaca-se como um crítico vocal do ex-presidente Donald Trump e tem alinhamento claro com a visão de Francisco. Apesar disso, sua idade avançada e a preferência por um líder mais jovem podem influenciar negativamente suas chances no conclave.
Luis Antonio Gokim Tagle, frequentemente chamado de “Francisco asiático”, continua a ser uma figura notável no cenário papal. Sua experiência anterior na Caritas Internationalis e seu forte vínculo com Francisco fazem dele um candidato atrativo; no entanto, as controvérsias em torno de sua demissão podem impactar sua imagem entre os cardeais.
Por fim, Jean-Marc Aveline, arcebispo de Marselha, traz consigo uma reputação popular e uma abordagem teológica aberta. Seria o primeiro Papa francês desde os antipapas de Avignon. Apesar de suas qualidades intelectuais e sociais, a barreira linguística do francês pode ser vista como uma desvantagem significativa dentro da Cúria romana.
À medida que se aproxima a data do conclave, as dinâmicas entre esses candidatos revelam não apenas as aspirações individuais, mas também os desafios enfrentados pela Igreja Católica em um mundo em constante transformação.
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