Se no passado o deputado federal Ricardo Barros (Progressistas) e o senador Sérgio Moro (União) nutriam diferenças políticas, hoje isso já não ocorre mais. A indicação partiu do próprio Barros, que, em entrevista à Jovem Pan Curitiba nesta semana, amenizou o embate com o ex-juiz. Barros chegou a se preparar para disputar uma eleição suplementar para a vaga de Moro, que foi absolvido em uma ação julgada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) por abuso de poder econômico nas eleições de 2022.
Em relação a 2026, Ricardo fez acenos ao governador Ratinho Junior, ao mesmo tempo que lança sua esposa, a ex-governadora Cida Borghetti, como pré-candidata ao governo do estado. O fato de a federação reunir um número de deputados equivalente — e no futuro talvez superior — ao do PSD pode fazer com que Barros se sinta à altura de lançar um candidato próprio, que poderia ser o próprio Sérgio Moro, atualmente líder em todos os cenários para a sucessão de Ratinho.
A posição de Ricardo pode sinalizar que chegou a hora de o governo atentar-se para um sinal bastante claro: a federação tem musculatura política para lançar uma candidatura competitiva e talvez seja o momento de abrir mais o diálogo, em vez de insistir em manter o PSD como protagonista exclusivo.
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Dessa forma, a movimentação de Ricardo Barros revela não apenas uma reaproximação estratégica com Sérgio Moro, mas também uma leitura pragmática do cenário político que se desenha para 2026. Ao sinalizar força dentro da federação e testar a viabilidade de uma candidatura própria — seja da ex-governadora Cida Borghetti ou até mesmo de Moro — Barros pressiona diretamente o entorno do governador Ratinho Junior. Caso insista-se manter o PSD como único protagonista da sucessão, corre-se o risco de subestimar uma nova correlação de forças que pode alterar substancialmente o equilíbrio político no estado.