A construção de um condomínio de luxo planejado pela construtora CR Almeida em Ponta Grossa pode resultar na remoção de mais de 5 mil árvores em uma área de preservação ambiental. O empreendimento, que será instalado no bairro Olarias, prevê a ocupação de um terreno de 68.375,25 m², com 28.559,80 m² destinados a lotes residenciais.
O projeto contempla 36 unidades habitacionais privativas, áreas comuns, vias internas e espaços de lazer. Segundo o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), a construção impactará diretamente 3.6568 hectares de vegetação nativa, representando cerca de 70% da área ocupada. Ao todo, serão suprimidas 5.028 árvores, equivalentes a um volume de 1.441.7374 m³ de madeira.
A CR Almeida, empresa responsável pelo empreendimento garante que terá uma área verde preservada de 18.297,15 m², em conformidade com as normas ambientais. No entanto, a proposta de licenciamento ambiental foi inicialmente recusada pelo Instituto de Água e Terra (IAT). A CR Almeida entrou com um pedido de reconsideração, que agora está sob análise do setor jurídico do Órgão.
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Discussão
Em 27 de fevereiro de 2025, uma audiência pública no Centro de Educação Ambiental (CEA) discutiu o corte de 5 mil árvores na área da CR Almeida, em Olarias, Ponta Grossa/PR. O empreendedor e o Ministério Público não compareceram, e os apresentadores do Estudo de Impacto de Vizinhança não tinham conhecimento técnico para responder aos questionamentos. A advogada Dra. Gardênia Mascarelo solicitou a realização de uma nova audiência, diante destes termos.
A situação gerou manifestação contra o corte das árvores.

Por ligação, Rafael Mansani, presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Iplan) informou que uma nova audiência pública será necessária antes do lançamento do projeto. Entretanto, ainda não há previsão para a realização desse debate.
O vereador Dr. Erick, que participou de um protesto durante a audiência pública, sugeriu criar uma praça no local área de preservação. A fala foi dita durante a sessão ordinária na Câmara dos Vereadores da última quarta-feira (05). “Eu me comprometo a usar minhas emendas impositivas para isso”, diz o vereador.
A Prefeitura de Ponta Grossa foi procurada para comentar sobre a liberação da obra e sobre uma possível criação de uma praça, mas ainda não se manifestou.
A equipe de reportagem também tentou contato com a construtora CR Almeida para esclarecimentos sobre o projeto e os impactos ambientais, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.