Um ato do bilionário Elon Musk gerou uma onda de controvérsias nesta segunda-feira (20) durante um discurso em um evento que marcou a posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Capital One Arena, em Washington. Durante sua fala, Musk fez um gesto que remete à saudação utilizada pelo regime nazista.
No decorrer de sua apresentação, o CEO da Tesla e proprietário do X fez um movimento característico ao bater a mão direita contra o peito, seguido por uma extensão do braço direito em diagonal para cima, com os dedos unidos e a palma voltada para baixo. Diante dos gritos entusiásticos da plateia, ele repetiu o gesto, desta vez com o braço ligeiramente mais baixo.
“Meu coração está com vocês”, declarou Musk, batendo novamente no peito. “É por causa de vocês que o futuro da civilização está garantido. Graças a vocês, teremos cidades seguras; finalmente cidades seguras. Fronteiras seguras e gastos sensatos”.
O gesto, sugido na Alemanha em meados da década de 1930, consiste em levantar o braço direito estendido com a palma voltada para baixo e é reconhecido como um símbolo frequentemente utilizado por neonazistas e supremacistas brancos desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
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O jornal israelense Haaretz caracterizou o ato de Musk como “uma saudação romana, tipicamente associada ao fascismo e à Alemanha nazista”. Defensores do empresário e do ex-presidente rapidamente defenderam que o gesto era apenas uma “saudação romana”, semelhante àquela feita por soldados ao cumprimentar seus superiores.
A jornalista do New York Times, Farnaz Fassihi, comentou: “Elon Musk e seu gesto peculiar na televisão ao vivo. O Sr. Musk estendeu o braço duas vezes com a palma da mão voltada para baixo, provocando comparações com a saudação nazista”.
O estrategista democrata Sawyer Hackett comentou: “Nosso novo ‘copresidente’ Elon Musk faz uma saudação nazista no primeiro dia da presidência de Trump”. O ex-congressista republicano Joe Walsh questionou publicamente: “O que ele acabou de fazer ao final deste clipe de sete segundos?”.
Gleisi Hoffmann, presidenta do Partido dos Trabalhadores, afirmou que gestos semelhantes à saudação nazista servem como alerta sobre as figuras idolatradas pelos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Elon Musk já esteve associado a controvérsias envolvendo movimentos extremistas. No início deste ano, o bilionário fez uma live em apoio ao partido AfD, na Alemanha, frequentemente acusado de manter ligações com grupos neonazistas.