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Reforma tributária pode elevar os custos das empresas

Reforma tributária pode elevar os custos das empresas
Reforma tributária pode elevar os custos das empresas
Análise utilizando um modelo de inteligência com dados do SPED observou que a maioria enfrentará aumentos nos custos

No fim de 2023 foi promulgada uma reforma do sistema tributário brasileiro com o objetivo de simplificar a cobrança de impostos sobre o consumo para incentivar o crescimento econômico. O principal efeito da aprovação é a unificação de cinco tributos em uma cobrança única, que será dividida entre os níveis federal, estadual e municipal.

Os impostos federais IPI, PIS e Cofins serão substituídos pela CBS – Contribuição Sobre Bens e Serviços e começa a vigorar em 2026, sendo adotada de forma generalizada em 2027. Já os tributos estadual ICMS e municipal ISS serão substituídos pelo IBS – Imposto Sobre Bens e Serviços e terá adoção gradual entre 2029 e 2032.

“A CBS, federal, e o IBS, estadual e municipal, que tributam o consumo, são formas de IVA – Imposto sobre Valor Agregado. Esse tipo de tributo incide somente sobre o que foi agregado em cada etapa da produção de um bem ou serviço, excluindo valores pagos em etapas anteriores”, explica Angel Ardanaz, advogado na Ardanaz Sociedade de Advogados e Professor Universitário nas disciplinas de Direito Empresarial e Direito Tributário.

Diante desse novo cenário, a consultoria ROIT preparou uma análise utilizando um modelo de inteligência com dados do SPED – Sistema Público de Escrituração Digital, que compila todas as informações enviadas pelas empresas à RFB – Receita Federal do Brasil.

“A partir desses dados, a consultoria recalculou todas as bases tributárias para avaliar os impactos da reforma tributária em mais de mil empresas que, juntas, têm um faturamento anual combinado acima de R$ 1,3 trilhão de reais”, diz Ardanaz.

O resultado é que após examinar seus registros fiscais, a RIOT observou que 93% delas enfrentará aumentos nos custos em razão do novo sistema tributário. A mesma análise destaca que apenas 7% das mais de mil empresas terão neutralidade tributária ou cenários favoráveis após a emenda constitucional promulgada em 2023.

“Diante desses resultados se percebe o quanto é importante, sempre que possível, poder contar com uma consultoria tributária, pois dessa forma o contribuinte tem a possibilidade de ver todas as oportunidades fiscais existentes no segmento empresarial em que ele atual”, esclarece Ardanaz.

Para a concretização das mudanças, o Congresso Nacional ainda deverá aprovar, nos próximos anos, leis complementares para regulamentar as alterações trazidas pela emenda e para instituir a CBS e o IBS. A pendência dessas novas regras gera divergência entre parlamentares sobre o impacto da reforma no aumento ou diminuição de impostos sobre o consumo.

Pelos cálculos do senador Eduardo Braga (MDB-AM), o brasileiro não pagará mais aos governos. Já o senador Rogerio Marinho (PL-RN) entende que o Brasil será o que mais cobrará no modelo IVA.

“Observa-se uma mudança em relação à simplificação no sistema tributário vigente. Contudo, a reforma foi realizada em um prazo muito curto, o que pode ter limitado a amplitude da discussão social”, finaliza Ardanaz.


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