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ABB vira sócia de startup que busca reduzir emissões do cimento

ABB vira sócia de startup que busca reduzir emissões do cimento  ABB vira sócia de startup que busca reduzir emissões do cimento
ABB vira sócia de startup que busca reduzir emissões do cimento
Sueca Salt X desenvolve método de calcinação a arco-elétrico que pode ser avanço na descarbonização da indústria cimenteira

A empresa de automação ABB fez um aporte de capital na startup sueca Salt X, que pesquisa uma forma de substituir gás natural por eletricidade renovável na calcinação de cimento e cal viva para reduzir emissões do processo. A injeção de capital, sinal de que a ABB já considera a tecnologia da startup viável, faz da empresa de automação acionista minoritária da Salt X e a coloca em posição de colher dividendos da inovação quando disponível à indústria cimenteira, que busca como outros setores de difícil descarbonização reduzir emissões. 

Segundo comunicado divulgado pela ABB, a Salt X já pesquisa com o apoio da empresa desde pelo menos 2022 uma tecnologia de plasma elétrico de origem renovável capaz de substituir o gás natural como fonte de geração de calor para processos de calcinação a temperaturas acima de 900 graus Celsius. A tecnologia, portanto, pode oferecer à indústria cimenteira a possibilidade de eliminar ao menos as emissões geradas pela queima de combustível fóssil na calcinação do conteúdo clínquer do cimento, reduzindo de forma expressiva a pegada de carbono do material, cuja cadeia produtiva gera até 7% das emissões totais do planeta. 

O comunicado diz, ainda, que a ABB vai “contribuir com expertise em automação, sistemas elétricos e de controle” para sistema de calcinação em desenvolvimento pela Salt X, criando uma proposta de valor atrativa à indústria cimentícia. Ainda sem poder dispensar a queima de gás natural na calcinação do clínquer essencial ao cimento, o setor vem buscando maneiras de incluir materiais alternativos, como geopolímeros, para reduzir a pegada de carbono do material. 

Além disso, o setor vem recorrendo a aditivos químicos para viabilizar, já no elo da produção de concreto, a usinagem de argamassas construtivas funcionais com cimento de menor conteúdo clínquer e até rejeitos da indústria siderúrgica. Ao encabeçar a pesquisa de uma tecnologia de calcinação a arco de eletricidade, portanto, a ABB tem a perspectiva de contar um dia com uma solução efetiva para reduzir emissões em grandes cimenteiras, no processo em que elas ocorrem em maior proporção.

“Na ABB, atuamos no coração da descarbonização da indústria de cimento e outros segmentos, enquanto oferecemos soluções inovadoras aos nossos clientes”, disse no comunicado Michael Marti, gerente global de Growth Industries, da ABB. O executivo se refere às tecnologias de automação aplicadas à produção de cimento já comercializadas pela empresa, capazes, por exemplo, de automatizar decisões, processos, padronizar a produção e até economizar energia.

Os valores da transação entre ABB e Salt X não foram divulgados. Também não há previsão para a disponibilização da calcinação a arco-elétrico em escala comercial.

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