A festa de Sant’ Ana, em Castro, virou este ano um século de tradição com uma série de inovações, sem perder a religiosidade popular e a devoção à padroeira. Em 2024, foram celebrados a 101ª festa em louvor a Senhora Sant’Ana e os 250 anos da fundação da paróquia. Na manhã fria e nebulosa do feriado do dia 26, cumprindo uma tradição, que arrastou uma multidão para as duas margens do Rio Iapó, perto de 50 barqueiros desceram pelas águas para escoltar o barco/madrinha, que trazia uma réplica da imagem de Sant’Ana.
Coube ao barqueiro Ricardo Carvalho Gomes liderar a procissão fluvial na companhia de padre Sandro José Brandt – pároco da matriz, junto com o diácono João Roberto Chotti, da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. De acordo Ricardo Gomes, era seu desejo descer o rio, levando a santa. “Desde 2011, quando comprei minha embarcação e participei pela primeira vez sempre com o pensamento de um dia levar a imagem de Sant’Ana em meu barco. E esse dia chegou. Foi maravilhoso e abençoado para toda minha família”, destacou. Junto com Ricardo também desceram o rio a esposa Denise Carvalho Gomes e a filha, Júlia Caroline Carvalho. Logo que a comitiva de barcos cruzou as pontes férrea e de rodagem, a imagem foi recebida com uma chuva de pétalas de rosas, queima de fogos e muito aplausos calorosos e emocionados. Como novidade, a procissão fluvial teve em seu trajeto a reza do terço e a execução de músicas sacras em caixas de som instaladas em uma das embarcações.
Tão logo a imagem foi retirada do barco iniciou uma procissão a pé, que seguiu em direção a igreja matriz. Ladeada por um corredor de coroinhas e acólitos, sacerdotes, diáconos e a multidão de devotos acompanharam o percurso, seguindo pela rua Francisco Xavier da Silva. Diferente de anos anteriores, o andor com a imagem de Sant’Ana não foi conduzido por sobre os ombros dos devotos. Ela veio trazida à altura das pessoas que acompanhavam a procissão, mostrando que Nossa Senhora caminha ao lado de seu povo.
Bolo
Como tem feito nos últimos anos, Alexandre Hubert, morador da Colônia Terra Nova e uma das lideranças da Capela Santa Terezinha (Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro), confeccionou um bolo votivo a Senhora Sant’na. Pesando quatro quilos, o bolo tinha quatro camadas de recheio, duas de brigadeiro de nozes, um brigadeiro de doce de leite e uma camada de leite belga. A borda foi feita em chocolate amargo, coberto com bombons Ferrero. O bolo foi um dos prêmios do leilão virtual da matriz Sant’Ana.
Missa Solene
Com o interior da matriz completamente tomado pelos devotos, uma missa solene foi concelebrada por padre Sandro José Brandt, padre Valdenicio Antônio da Silva, da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, padre Nelson Luiz Martins, vigário da Paróquia São Judas Tadeu, e o sacerdote congolês Hervê Koto Mbuta, da Congregação Cavanis. Auxiliaram ainda os diáconos permanentes Antônio Geraldo Kluczkowiski, Ricardo Aparecido dos Santos, Ademir Lazarini e Adenilson Carneiro, da igreja matriz. Pela Paróquia do Rosário, participaram os diáconos Rubens de Souza e Emanuel Fidélis, e, pela Perpétuo Socorro, do diácono João Roberto Chotti.
A Guarda Municipal, Polícias Militar e Civil e ainda uma guarnição do Corpo de Bombeiros auxiliaram nas festividades, garantindo a segurança dos participantes.
A festa de Sant’Ana foi encerrada com churrasco, praça de alimentação e tarde cultural, que se estendeu até as 18 horas.
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