Vamos conversar sobre estereótipos contra idosos? Frases como “lugar de velha é em casa na cadeira de balanço fazendo tricô” ou “vai mais rápido, você tá andando igual um velhinho” parecem inofensivas, mas carregam um preconceito enraizado que afeta milhões de pessoas. Esse preconceito é conhecido como etarismo, e a ONU define como estereótipos, preconceitos e discriminação direcionados a pessoas com base em sua idade.
É impressionante como expressões do cotidiano reforçam a ideia de que a velhice é sinônimo de incapacidade ou obsolescência. Por exemplo, quantas vezes já ouvimos alguém dizer “tô toda dolorida, parecendo uma velha” ou “esqueci onde deixei o celular, tô ficando gagá”? Essas frases, que parecem inofensivas, ajudam a perpetuar uma visão negativa e limitada da velhice.
Uma pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou que um em cada seis idosos no mundo já sofreu algum tipo de violência, incluindo o etarismo. Além disso, a ONU estima que metade da população mundial tem atitudes etaristas, o que agrava a saúde física e mental dos idosos, prejudicando sua qualidade de vida.
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Esses estereótipos não apenas desvalorizam as pessoas idosas, mas também perpetuam uma visão limitada do envelhecimento. É importante lembrar que todos nós envelheceremos um dia, a menos que a vida nos surpreenda antes. Então, por que não começar a mudar essa narrativa?
Lugar de velho e velha é onde eles quiserem estar. Seja na praça jogando dominó, viajando, trabalhando, ou sim, fazendo tricô na cadeira de balanço. E só para constar, não é porque alguém ama sua cadeira de balanço ou tricô que já se tornou avó. O importante é reconhecermos que cada pessoa, independente da idade, tem o direito de viver da maneira que preferir, sem ser limitada por estereótipos.