No início de 2025, o agronegócio brasileiro demonstrou um desempenho positivo ao empregar 28,5 milhões de pessoas, marcando um crescimento de 0,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa expansão resultou na criação de aproximadamente 171 mil novos postos de trabalho, conforme revelam dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), em colaboração com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O agronegócio agora representa 26,2% do total de ocupações no Brasil, alcançando um novo recorde histórico desde o início da série estatística em 2012. O crescimento do setor foi impulsionado por três segmentos principais que têm se destacado no mercado de trabalho.
Historicamente, até o ano de 2020, a agropecuária apresentava uma tendência de queda no número de trabalhadores. No entanto, nos últimos anos, a modernização e a adoção crescente de mecanização, automação e novas tecnologias têm transformado o cenário do agronegócio. Essa evolução levou a uma migração significativa de trabalhadores para áreas como a agroindústria e serviços agropecuários, setores que estão absorvendo essa força de trabalho.
Essa realocação é uma característica comum em economias em desenvolvimento e está sustentando o aumento do emprego dentro do agronegócio como um todo. Além disso, esse processo tem promovido a qualificação profissional dos trabalhadores, resultando em um aumento na escolaridade média e melhorias nas remunerações.
A formalização no setor também se destacou neste contexto. O crescimento da população empregada beneficiou tanto os empregadores quanto os empregados com carteira assinada, sinalizando um avanço significativo na formalização das relações trabalhistas. O estudo ainda indicou uma tendência crescente na contratação de profissionais com maior nível educacional e um aumento na participação feminina no setor.
Em termos financeiros, os rendimentos mensais dos trabalhadores do agronegócio apresentaram melhorias comparativas ao primeiro trimestre de 2024. Os empregados tiveram um aumento médio salarial de 2,2%, enquanto os empregadores experimentaram um acréscimo de 2,9%. Por outro lado, os trabalhadores autônomos registraram um incremento significativo de 9,1% em seus rendimentos.
Vale ressaltar que o levantamento não inclui dados específicos sobre o segmento primário do agronegócio, que abrange a produção agrícola e pecuária diretamente realizada nas propriedades rurais.
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