No dia 8 de maio de 2025, o Brasil alcançou um marco significativo em direção a um modelo econômico sustentável com a aprovação do Plano Nacional de Economia Circular (PNEC) pelo Fórum Nacional de Economia Circular. Este documento estratégico foi desenvolvido através de um processo colaborativo que envolveu uma ampla gama de participantes, incluindo representantes da sociedade civil, academia e setores públicos e privados.
A criação do PNEC é fruto do Decreto nº 12.082/2024, que estabeleceu a Estratégia Nacional de Economia Circular e fundou o fórum responsável pela sua implementação. De acordo com informações divulgadas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o plano reflete o compromisso do governo brasileiro em promover uma transição para um sistema de produção e consumo que priorize a reutilização de recursos e a regeneração ambiental.
Flávio Ribeiro, embaixador do Movimento Circular e professor especializado em Economia Circular, destacou a importância desse documento. Ele expressou seu entusiasmo ao afirmar: “A publicação deste decreto e do plano é um motivo de celebração para todos os envolvidos na área, pois representa uma abordagem moderna da economia circular e seus objetivos”.
O plano é organizado em 71 ações agrupadas em cinco eixos estratégicos, resultado de um intenso período de consultas públicas que recebeu mais de 1.600 contribuições desde sua divulgação inicial em fevereiro de 2025. Ribeiro enfatizou ainda a colaboração crescente entre diferentes ministérios, como Meio Ambiente, Fazenda e Relações Exteriores, que estão incorporando a economia circular em suas agendas.
O PNEC não apenas alinha o Brasil às tendências globais, mas também propõe a criação de planos setoriais focados em áreas chave como alimentos, automóveis, siderurgia e cosméticos. Segundo Ribeiro, “a expectativa é que as empresas adaptem suas estratégias para contribuir com os objetivos estabelecidos no plano”.
O lançamento do PNEC ocorreu em um contexto relevante: durante o Fórum Mundial de Economia Circular (WCEF), realizado pela primeira vez na América Latina entre os dias 13 e 16 de maio de 2025 em São Paulo. O evento atraiu líderes globais dos setores público e privado e teve a participação do Movimento Circular com uma oficina dedicada ao potencial das soluções tropicais para um crescimento sustentável. Ribeiro afirmou que este fórum simboliza uma importante projeção internacional para o Brasil na agenda da economia circular.
Outro indicativo positivo é o crescente engajamento da indústria nacional. Uma pesquisa realizada em 2024 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o Centro de Pesquisa em Economia Circular da USP, revelou que 85% das indústrias brasileiras já implementam pelo menos uma prática circular. Isso demonstra um ambiente propício para a aplicação efetiva das diretrizes do PNEC.
Para facilitar o acompanhamento das ações relacionadas à Estratégia Nacional de Economia Circular, o site do MDIC disponibiliza uma seção específica dedicada ao tema. Flávio Ribeiro reforçou a importância do acesso público a essas informações para garantir maior transparência e engajamento social.
Sobre Flávio Ribeiro: Engenheiro mecânico e doutor em Ciências Ambientais pela USP, Ribeiro atua como professor e consultor nas áreas de Economia Circular e Logística Reversa. Ele é conselheiro do Pacto Global da ONU e colabora com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
Sobre o Movimento Circular: Fundado em 2020, este movimento visa promover a transição do modelo linear para o circular através da educação e inovação. Em parceria com a Dow, já impactou mais de 5 milhões de pessoas.
Para mais informações sobre o Plano Nacional de Economia Circular 2025-2034, acesse: MDIC.
O Fórum Mundial é uma iniciativa do Fundo Finlandês de Inovação Sitra, organizado juntamente com entidades como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a ApexBrasil. Esta edição atraiu milhares de participantes tanto presencialmente no Parque Ibirapuera quanto online.
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