Tantas vezes ouvi os sonhos daqueles que nada faziam para melhorar sua vida a ansiar que bençãos venham como graças (de graça) dos céus. Enquanto isso, moradores em prédios divertem-se com coisas inusitadas que a tal vida compartilhando o mesmo número de logradouro lhes traz.
Oba! As coisas (bençãos) começaram serem vertidas do céu! Não! A vida segue o senso de valor coletivo e cobra muito: sucesso, desempenho elevado, carisma, talento, beleza irretocável e embora algumas propagandas prometam eficácia, ainda não se consegue comprar uma fórmula mágica para propiciar tudo isto. E enquanto o homem era bombardeado de exigências de desempenho e sucesso muito acima do que sua simplicidade seria capaz de obter, só viu cair do céu a calcinha que uma vizinha que não se conteve em grampos e desgarrou-se do varal. Uma calcinha vermelha acertou em cheio sua cabeça. Espera-se ainda que muita coisa boa venha do céu. Eventualmente também vem um pouco de pirraça, gracinha e escarcéu.
Autoria: Renata Regis Florisbelo
Leia também: Crocante, por Renata Regis Florisbelo




Add Comment