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Comunidade pede realocação da Casa de Passagem Indígena de Ponta Grossa

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Superlotação, perturbação, acumulo de lixo, danos ao meio ambiente, estas são algumas reclamações sobre a CAPAI; saiba o que diz a Prefeitura

Moradores do bairro Jardim Carvalho, de Ponta Grossa, estão solicitando a mudança de local da Casa de Passagem Indígena (CAPAI), o caso foi relatado ao Portal Boca no Trombone. Já foram realizados três protocolos juntos a Prefeitura, uma denúncia ao Ministério Público, um abaixo-assinado e uma reunião junto a Fundação municipal de Assistência Social para tentar resolver o caso. Mas, até agora, os moradores alegam não ter uma resposta solida para os encaminhamentos.

A CAPAI está localizada no cruzamento das ruas Luís Copla e Governador Bento Munhoz da Rocha Neto, no Jardim Carvalho, desde janeiro de 2022.

Reclamações

Quem mora próximo à Casa de Passagem Indígena diz estar preocupado, isso por que alegam que o local é pequeno e recorrentemente está sobrelotado, com mais pessoas do que a casa comporta. Outra questão é que os Indígenas estão causando danos ao meio ambiente ao retirar a matéria-prima, para os seus produtos, dos arredores do bairro. A perturbação de sossego, a partir das 22h, recorrente e que acaba incomodando os moradores e, também, a falta de respeito com a comunidade.

Outro ponto de reclamação do denunciante é o acumulo de lixo na CAPAI que está trazendo baratas, ratos e mau cheiro para a vizinhança. Os protocolos encaminhados a Prefeitura relatam a depredação da praça Júlio César Spartalis que fica em frente a casa.

Documentos

Registrado no Ministério Público – a queixa registrada aponta “que os beneficiários da instituição poluem os arredores ao cortar as matérias-primas dos artesanatos que fabricam. Ainda, que trazem crianças indígenas para pedir esmolas nos semáforos, em prejuízo delas próprias. Que, no dia 28/01/2023, chegou a contar mais de 20 crianças na Praça Julio Cesar Spartali, após as 22h, o que indica violação ao interesse/segurança delas. Ainda, que frequentemente os pais aparentam estar sob efeito de álcool e/ou entorpecentes”.

Leia mais: Censo 2022: Brasil tem 1,69 milhão de indígenas

Protocolos – o documento relata que as “pessoas que residem nas proximidades da CAPAI sentem-se muito incomodados, ameaçados e desconfortáveis com o comportamento e atitudes inadequadas dos mesmos. Vale informar que a situação encontra-se insustentável”. “Os mesmos trazem inúmeras crianças para facilitar as mães a permanecerem nos semáforos e em outros locais pedindo esmolas, e, em algumas ocasiões, já percebemos os pais (homens) embriagados e alguns até drogados. Temos consciência do respeito que devemos ter para com esses indivíduos, mas sugerimos a retirada imediata dos mesmos deslocando-os a um local mais adequado”.

O que diz a Prefeitura

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Ponta Grossa, a qual informou que: “a Fundação de Assistência Social de Ponta Grossa realiza a fiscalização da Casa do Indígena por meio do Departamento de Proteção Especial. A manutenção e limpeza da Casa é de responsabilidade dos indígenas, o mesmo se aplica a lotação máxima da residência, de modo que Prefeitura sugere um máximo de 30 pessoas, mas os moradores não contabilizam as crianças na quantidade de pessoas. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente é responsável pela limpeza no entorno da residência. Além disso, será colocada uma lixeira maior para uso dos indígenas.
Atualmente, a Prefeitura procura um novo espaço para a Casa do Indígena, mas ainda não há um prazo para ocorrer a mudança”.

Ainda, no dia 07 de dezembro do ano passado, o Portal BnT já havia recebido de moradores do Jardim Carvalho sobre a CAPAI e em contato com a Administração Pública e recebemos a informação que “a população indígena que frequenta o município não necessita ser realocada, já que o município mantém a Casa de Passagem Indígena”, situação que já mudou para este ano.

“Informamos que o município conta com uma equipe de referência para acompanhamento dos acolhimentos na CAPAI. Frequentemente, eles vão até o local para acompanhar e orientar os indígenas que lá estão, em relação aos cuidados com a casa e demais regras estabelecidas junto aos caciques de cada aldeia. Inclusive, eles são orientados sobre a proibição de se instalarem em outros locais que não seja a Casa de Passagem”, completou a nota.

fotos encaminhadas ao Portal BnT


Kauana Neitzel

Kauana Neitzel

Kauana Neitzel é jornalista formada pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

Atua na área desde 2020. Possui experiência com redação em portais de notícia; trabalhou em rádio; participou de projetos do Governo do Paraná na área da fotografia e redação; estagiou na UTFPR, no departamento DIREC; trabalhou como chefe de redação em jornal impresso e site na região Centro-Sul do Paraná; atualmente, exerce o cargo de editora chefe no portal Boca no Trombone.

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