A recente escalada nas tensões entre Israel e Irã já começa a ter repercussões no mercado global de petróleo, levantando preocupações sobre as possíveis consequências para a economia brasileira. A volatilidade nos preços do petróleo pode levar a ajustes significativos nos valores dos combustíveis, o que, por sua vez, impactaria diretamente a inflação no Brasil.
Gustavo Bertotti, especialista da Fami Capital, destaca que a dependência da Petrobras em relação às importações de petróleo para atender à demanda interna torna a empresa vulnerável a flutuações de preço. Segundo Bertotti, com a alta dos custos internacionais, é provável que esses aumentos sejam repassados ao consumidor final, resultando em uma pressão inflacionária renovada.
“A situação é preocupante. Apesar da Petrobras também exportar petróleo, a empresa se verá obrigada a ajustar os preços dos combustíveis que importa. Esse aumento é especialmente delicado em um momento em que os custos de transporte já estão elevados”, afirmou o analista.
Por outro lado, Rafael Passos, representante da Ajax Asset, adota uma postura mais cautelosa. Ele argumenta que, caso o conflito permaneça restrito entre Israel e Irã, os efeitos sobre os preços do petróleo podem ser limitados. “O verdadeiro risco surge se outras potências como os Estados Unidos ou a Rússia se envolverem. Nesse cenário, poderíamos enfrentar impactos mais severos no preço do petróleo e, consequentemente, na inflação brasileira”, explicou Passos.
Ele também comentou sobre o panorama inflacionário atual no Brasil, que tem mostrado sinais de desaceleração. “Ainda é cedo para fazer previsões definitivas. O que observamos é que a inflação está sob controle e o esperado foi uma desinflação mais rápida do que o previsto inicialmente. Os preços do petróleo têm permanecido em uma faixa relativamente estável entre US$ 60 e US$ 75”, acrescentou Passos.
Com essa incerteza no cenário internacional, analistas continuam monitorando as tendências do mercado de petróleo e suas potenciais repercussões na economia brasileira. A evolução deste conflito geopolítico será crucial para determinar os próximos passos da Petrobras e o impacto no bolso do consumidor brasileiro.
Luis Carlos Pimentel c/assessorias
Leia também Copom pode interromper ciclo de alta da taxa Selic