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Congresso reúne cerca de 500 pesquisadores negros na UEPG

Foto: Amanda Santos; Maurício Bollete
UEPG sediou o 6º Copene Sul sobre Lei 10.639/03. Evento reuniu 543 participantes, promovendo discussões e celebrações. Feira destacou arte negra.

A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) sediou na última semana, de 28 a 31 de agosto, o 6º Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros da Região Sul (Copene – Sul).

O tema do congresso foi “20 anos da Lei 10.639/03: desafios e perspectivas da educação básica ao ensino superior” e contou com oficinas, palestras, sessões temáticas e lançamentos de livros. O evento marca também os 13 anos do Núcleo de Relações Étnico-Raciais, de Gênero e Sexualidade (Nuregs) e 5 anos da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae).

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Foram 543 inscritos e aproximadamente 200 trabalhos apresentados nos quatro dias de evento, que busca agregar universidades, grupos de estudo, pesquisadores e instituições governamentais ou não-governamentais para potencializar os direitos e enfrentamentos das pessoas negras.

O Congresso é organizado pela Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (APBN) e tem realização bianual. Na UEPG, o evento teve colaboração da Prae. “Tenho uma relação afetiva com o Congresso, pois participei desde o primeiro e, após me tornar professora da UEPG, tenho acompanhado a realização dos Copenes nacionais e regionais, levando alunos que participam da graduação, extensão e projetos dos quais faço parte ou coordeno”, relata a pró-reitora da Prae, professora Ione Jovino.

Ione relata que o Copene Sul precisou de mais de um ano de planejamento, envolvendo parcerias entre pesquisadores, instituições e órgãos da UEPG, para que tudo acontecesse. “É muito relevante ver a participação de tantos estudantes, desde o ensino médio até o doutorado, e ver Ponta Grossa ser movimentada por pessoas negras”, celebra a pró-reitora.

Presente na mesa de abertura do evento, estava Ana Lúcia Silva Souza, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). A pesquisadora tem como objeto de pesquisa letramento e relações raciais e comenta que o evento emanava uma “alegria no ar, nos olhos e nos corpos das pessoas”, por ser a primeira realização presencial do evento pós-pandemia. “O sul nos desafia, nos ensina e nos motiva a caminhar na luta antirracista, buscando e incidindo sobre políticas públicas para as ações afirmativas e, portanto, para todas as pessoas negras”. Ana também pontuou a excelência nas discussões temáticas do evento. “Chama a atenção em especial o vigor das juventudes inovando nas metodologias, recortes temáticos, enchendo o Copene de possibilidades e novos olhares”, ressalta.

Delton Aparecido Felipe, professor doutor na Universidade Estadual de Maringá (UEM), participou das atividades do Copene e afirma a importância do evento ser presencial para o processo de fortalecimento e partilha entre pesquisadores negros. “Temos pesquisadores negros e negras da região sul se aquilombando e também tivemos alunos da educação básica e graduação que nunca estiveram em um evento em que o protagonismo é dado aos pesquisadores negros”, acrescenta Delton.

O professor também pontua que a realização do evento na UEPG colabora na avaliação de políticas de educação para relações raciais e de promoção de igualdade racial e combate ao racismo. “Muitos alunos e alunas, professores e professoras estão encantados e sairão daqui energizados e fortalecidos para continuar”, finaliza.

O evento também promoveu arte e comércio de pessoas negras através de uma feira realizada no bloco D do Campus Central. No local, estavam disponíveis livros em consonância com o tema, bonecas Abayomi e bonecas negras, objetos de decoração e artesanatos. Ana Lúcia parabenizou a organização do evento pela feira, que proporcionou “conforto, lazer e comunhão entre as pessoas”. A pesquisadora ainda afirma que sai do Copene revigorada, feliz, agradecendo e se preparando para o próximo evento em 2025.

Ione finalizou o evento ressaltando a alegria das pessoas que participaram das atividades. “Toda a estrutura do Copene estava a serviço deles, cada um que passou por aqui elogiou a comida, o atendimento, foi tudo muito gratificante”. Os pesquisadores de todo o Brasil que vieram para Ponta Grossa também conheceram outras estruturas da UEPG, como por exemplo passeando pelo Campus Uvaranas e Museu Campos Gerais (MCG). “Foi momento de receber as pessoas negras e confraternizar”, encerra Ione.


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