No Dia do Vestibulando, celebrado neste sábado (24), a trajetória da família Mavundza emociona e inspira. Três gerações, três histórias entrelaçadas pela educação. O exemplo de Angelina, Fernando e Khanyisile Mavundza, alunos da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), ilustra com força o poder transformador do conhecimento — e a persistência de quem acredita nele.
Fernando Angelo Xavier Mavundza, de 69 anos, é filósofo, pedagogo e mestrando em Educação. Angelina Antônio Mhalo Mavundza, 59, é teóloga, mestre em Matemática e a primeira de sua família a concluir o ensino superior. Khanyisile Graciete Xavier Mavundza, filha do casal, de 17 anos, é aluna do primeiro ano de Medicina e ingressou em primeiro lugar pelo Processo Seletivo Seriado (PSS) 2024.
A jornada da família, marcada por fuga da guerra civil em Moçambique, vivências no Essuatíni (ex-Suazilândia) e recomeço no Brasil, reflete um compromisso profundo com a educação. Para Fernando estudar garante dignidade e possibilita afirmar “não ganhei dinheiro, mas ganhei formação.”
Angelina, criada na zona rural moçambicana, enfrentou padrões culturais que limitavam o acesso das mulheres ao estudo. Começou a escola aos 11 anos e enfrentou interrupções, mas não desistiu. “Eu queria mudar a situação da minha família”, recorda, emocionada.
A mudança definitiva para o Brasil aconteceu em 2003. Com apoio de amigos e muitas buscas por bolsas de estudo, o casal se estabeleceu em Ponta Grossa. Nasceu Khanyisile, e, após um período de retorno a Moçambique, retomaram o percurso acadêmico.
Hoje, os três caminham juntos pelos corredores da universidade expressando resiliência, esperança e transformação. Fernando e Angelina vislumbram voltar à terra natal para contribuir com a educação das novas gerações. Já Khanyisile sonha em ser uma médica que faz a diferença, onde quer que esteja.
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