A Justiça converteu, no final da tarde desta quarta-feira (28/05/2025), as prisões temporárias em preventivas dos três investigados pelo homicídio de Ricardo de Oliveira Osinski, encontrado morto no dia 26 de março, na Estrada do Alagados, área rural de Ponta Grossa, com diversos golpes de arma branca.
Os investigados são o casal de proprietários da clínica terapêutica “Só Por Hoje” e um interno da instituição, de 25 anos, que teria confessado ser o executor do crime.
As investigações da Polícia Civil revelaram um esquema criminoso de extrema frieza, que envolvia cárcere privado, dopagem e desvio de valores da conta bancária da vítima. Segundo os relatos, Ricardo foi mantido preso na residência do casal por vários dias, sob efeito de medicamentos, enquanto ocorria o esvaziamento da conta bancária, totalizando mais de R$ 143 mil.
De acordo com o inquérito, a vítima teria sofrido descargas de arma de choque e foi dopada frequentemente. Ele teria conseguido buscar auxílio jurídico. A investigação aponta que a decisão de executá-lo partiu após uma visita ao advogado, momento inclusive registrado em um áudio.
Após o crime, os suspeitos ainda teriam tentado ocultar provas, limpando o veículo da vítima e sugerindo plantar evidências falsas para despistar os investigadores.
Manifestação da defesa da suspeita Dra. Ticiara Naiane Campos — OAB/PR 119.492
Diante da repercussão do caso, a defesa técnica de uma das suspeitas, representada pela advogada Dra. Ticiara Naiane Campos, se manifestou oficialmente:
“Diante dos questionamentos da imprensa acerca da prisão preventiva da suspeita, a defesa técnica vem prestar os seguintes esclarecimentos. A suspeita atuava como colaboradora da clínica terapêutica Sapu Rodi, não sendo proprietária nem gestora da referida instituição.
Sua prisão foi convertida, como já é sabido, por decisão judicial, proferida na fase investigativa, sem que tenha havido até o presente momento o encerramento do inquérito policial, tampouco oferecimento de denúncia pelo Ministério Público.
A defesa reafirma que Jane se encontra à disposição das autoridades colaborando com a apuração dos fatos e confia na condução técnica imparcial e responsável do processo investigativo, a fim de que todas as circunstâncias sejam devidamente esclarecidas com absoluto respeito ao contraditório e à ampla defesa.”
Relembre o caso
O crime veio à tona após o corpo de Ricardo, de 40 anos, ser encontrado no dia 26 de março, com sinais de violência extrema. A vítima, que era ex-paciente da clínica terapêutica “Só Por Hoje”, havia sido hospitalizada dias antes após um acidente. Na ocasião, o proprietário da clínica, que constava como contato de emergência, passou a ter acesso aos pertences da vítima e iniciou movimentações financeiras suspeitas.
De acordo com o delegado Luís Gustavo Timossi, “enquanto a vítima ainda estava hospitalizada na UPA, foram desviados R$ 86.500,00 de sua conta bancária.” Após a alta, os desvios se intensificaram, culminando no homicídio.
Na primeira fase da operação, além das prisões temporárias, foram realizados mandados de busca e apreensão, bloqueio de bens e apreensão de itens adquiridos com dinheiro da vítima.
“As evidências apontam para um crime premeditado, com motivação financeira. Os suspeitos teriam se aproveitado da vulnerabilidade da vítima, que era dependente química, para acessar seus recursos”, afirmou o delegado responsável.
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