A divulgação de casos de assédios dentro da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), de professores contra alunos, tomou grande proporção nas redes socias nas últimas semanas. Após relatos de estudantes serem divulgados em uma página no Instagram, Spotted UEPG. Buscamos respostas junto a instituição, a qual informou que nos últimos três anos a UEPG teve dois professores exonerados por casos de assédio sexual.
Ainda, os dados apontam que no período de 2022 a agosto de 2024, a Universidade recebeu 17 denúncias de assédio moral e cinco denúncias de assédio sexual. “Todas as denúncias, conforme procedimento padrão, passaram por sindicância. As duas exonerações resultaram de denúncias de assédio sexual. Uma terceira sindicância referente a esse tipo de assédio está em andamento”, explicou a UEPG.
As primeiras denúncias publicadas na página do Instagram envolviam o curso de Direito, comentando sobre um aluno que tomou coragem e abriu um processo eletrônico através do Sistema Eletrônico de Informações (SEI), informando sobre o comportamento de um professor. “fez o que ninguém tem coragem. Por conta de um desses tenho pânico de determinada matéria, que pra mim era a melhor. Sem falar do abuso psicológico que esse sujeito faz e ninguém fala. Também quero mencionar que ele age de forma inapropriada com as meninas, sinto nojo e ninguém é capaz de denunciar”, escreveu um aluno.
Na sequência foi publicado outro relato, “o professor que todos estão se referindo já ofereceu aprovar a amiga de uma amiga minha se ela saísse com ele, além de outras coisas mais pesadas que se sabe dele. O pior é ele bater no peito pra falar que já foi do conselho de ética”. Uma aluna comentou: “sei de relatos de colegas que sofreram com assédio, desconforto, insegurança. Até quando uma mulher vai precisar calar a boca porque é mais confortável para todo mundo?”.
A UEPG mantém, desde 2019, uma campanha permanente de combate a todas as formas de assédio: “UEPG está de olho”, com ações de conscientização, abordagens e palestras. O canal institucional para receber denúncias é a Ouvidoria, pelo telefone (42) 3220 3184, pelo e-mail [email protected] ou no site da UEPG (www.transparencia.pr.gov.br/pte/fale-com-o-ouvidor).
Dada a repercussão da denúncia, outros alunos expuseram casos semelhantes na página. Uma ex-aluna do curso de Administração relatou o comportamento de um “professor que tem alguns processinhos sobre assédio nas costas, e é bem visível isso no dia a dia com algumas alunas e ele continua lá…”, escreveu.
Há, ainda, projetos que buscam acolher vítimas de assédio e violências na UEPG, como o Canal de Escuta Gênero e Diversidades, da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), no 42 3220-3237; o Núcleo Maria da Penha (Numape): 42 98881-0663; e o Núcleo de Estudos e Defesa dos Direitos da Infância e Juventude (Neddij): (42) 3220-3448 e (42) 2102-8942.
O Hospital Universitário da UEPG é referência na região para atendimento de pessoas vítimas de violência. A Universidade conta também com a ação “UEPG mais Segura”. Caso qualquer usuário(a) dos campi da UEPG presencie situações de perigo ou anormalidade, a Vigilância pode ser acionada 24 horas por dia, por meio do (42) 99912 0004.
Com informações UEPG
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