O cenário político para 2026 segue nebuloso, diante de uma provável polarização entre o petismo e o bolsonarismo, agravada pelo desgaste do governo Lula, que enfrenta baixa aprovação, e pela inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Quem tenta se posicionar como uma via alternativa a esse embate é o governador do Paraná, Ratinho Junior. O distanciamento de Ratinho em relação ao bolsonarismo, principal força política não apenas no Paraná, mas em boa parte do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, é um indicativo claro de sua estratégia. Apesar de contar com boa popularidade e aprovação dentro do seu estado, falta ao governador projeção nacional, o que ele pretende compensar com o peso do sobrenome do pai, o apresentador Ratinho, figura bastante conhecida especialmente no Nordeste, reduto tradicional do PT e peça-chave para definir o resultado de qualquer eleição presidencial.
Mesmo com o desgaste do governo Lula, o PT aposta na retomada da pauta social e em possíveis vitórias no Congresso e no Supremo Tribunal Federal para tentar reverter o cenário desfavorável. A eventual aprovação de medidas como a taxação dos super-ricos, aliada à promessa de isenção de imposto de renda para quem ganha até cinco mil reais por mês, pode ajudar a recompor a imagem do governo, hoje cada vez mais fragilizada.
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Por outro lado, o bolsonarismo tenta se reorganizar, deixando claro que, com ou sem Bolsonaro, um membro da família estará nas urnas em 2026, seja a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ou um dos filhos do ex-presidente. O campo conservador segue forte, mesmo sem a presença direta de Bolsonaro nas urnas.
Nesse contexto, a figura de Ratinho Junior surge como aposta do chamado “centrão ampliado”, grupo que vê na candidatura do governador paranaense uma alternativa moderada, capaz de dialogar com setores da direita e do centro, sem necessariamente se vincular ao desgaste do bolsonarismo mais radical ou à rejeição do PT.
A incógnita que paira sobre 2026 não é apenas quem serão os candidatos, mas se o eleitorado brasileiro aceitará novamente uma disputa polarizada ou buscará uma alternativa viável fora dos extremos. Ratinho Junior tenta ocupar esse espaço, mas, para isso, terá que deixar de ser apenas uma liderança regional e conquistar o Brasil.
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