Pelos degraus da escada passei. Faz parte do caminho, está no caminho entre todas coisas. A cabeça cheia de tantas coisas e desço correndo e subo atarantada. A escada tem muita gente. É muita gente com muita coisa na cabeça que se encontra de relance. Há pressa. Muitas coisas na cabeça e subo e desço as escadas e lá vem ele. Quase sempre encontro com ele naquela mesma escada. Ele passa, sorri, cumprimenta e para. Pergunta: “Renata, aquela história, daquele vídeo, é mesmo sua?” Há um sorriso tão sútil e cordial, que o emborrachado gasto da escada não é capaz de abarcar. Sorrio também: “Sim, é minha!” Não, não é minha, foi alguém que me contou!” E o ladrilhado das histórias vai se formando, ora minha, ora de outro alguém, mas que tomei por minha, com pretensão de fazer ser sua. Dele já posso afirmar que também são.
Autoria: Renata Regis Florisbelo
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