Dois dias após a megaoperação policial mais letal da história do Rio de Janeiro, realizada nos complexos do Alemão e da Penha, criminosos ligados ao Comando Vermelho (CV) divulgaram um vídeo ontem (30) em que zombam das forças de segurança envolvidas na Operação Contenção, deflagrada na última terça-feira (28).
Nas imagens, publicadas nesta quinta-feira (30), os homens aparecem ostentando fuzis de grosso calibre e debochando da atuação policial. Um dos criminosos afirma:
“Nós somos os cria, car4lh0. Só AK-47. Só R10. Pesadão. Os cria tá na pista.”
Em outro trecho, outro integrante diz:
“É facção. É os cria. Nós tá no miolo.”
Arsenal milionário
Em resposta, o delegado Vinicius Domingos, da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), publicou imagens do arsenal apreendido durante a operação, destacando o poder bélico milionário do Comando Vermelho.
Segundo ele, a Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos (CFAE) já iniciou a análise dos fuzis, que serão encaminhados à perícia. A avaliação preliminar aponta:
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11 fuzis G3 (origem alemã)
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13 FALs (belgas)
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16 AK-47 (russos)
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O restante da apreensão é formado por fuzis AR (americanos), sendo que mais de 90% dessas armas são consideradas “cop fakes” — versões falsificadas da plataforma AR.
Ao todo, foram 91 fuzis apreendidos, além de pistolas, um revólver e 14 artefatos explosivos, totalizando 118 armas de fogo, todas equipadas com lunetas e miras holográficas. A estimativa da Polícia Civil é que o armamento apreendido seja avaliado em cerca de R$ 5,4 milhões.
Operação deixou rastro de destruição
A Operação Contenção mobilizou cerca de 2.500 policiais civis e militares, com ações simultâneas em 26 comunidades dos complexos da Penha e do Alemão. A ofensiva deixou 121 mortos, entre eles 117 suspeitos e 4 policiais.
As cenas registradas nos dias seguintes chocaram a população. Moradores foram vistos cobrindo corpos nas ruas, enquanto carros transportavam vítimas empilhadas. Na Praça São Lucas, na Penha, dezenas de corpos foram alinhados por moradores para facilitar o reconhecimento, transformando o local em um símbolo da tragédia vivida na região.
Via Metropoles
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