A família de João Pedro Ribeiro, de 18 anos, morto em um grave acidente na madrugada do dia 25 de agosto, em Castro, entrou em contato com a reportagem do Portal Boca no Trombone, para falar sobre o atendimento que recebeu na UPA. João conduzia um Renault Logan quando perdeu o controle e invadiu uma residência de um oficial do exército.
Maria Vitória Stella irmã de João confirmou que ele não morreu no local e sim na UPA de Castro. “Socorrido pela equipe do Corpo de Bombeiros (Siate) e Samu, ele teve ferimentos corte-contuso no crânio e na face, além de dificuldade de respiração, respiração ruidosa, saturação de 86%, até com necessidade de oxigênio. O caso precisava uma transferência para um local com condições de atender o estado em que ele se encontrava. Ele foi levado para a UPA e lá não sei porque é o que nos perguntamos todo dia e a todo momento, ele foi deixado na observação sem um acompanhamento da evolução do quadro clínico dele”, comenta.
Maria detalha que a UPA não solicitou uma transferência para ele. “A nós, eu irmã, mãe e tia que esperávamos na recepção, porque nem a mãe dele entrou e assim ela não pôde ver o filho, meu irmão ainda com vida, nos foi passado por uma mulher que até então pensávamos ser a enfermeira do plantão, que ele estava bem e estava fazendo alguns exames. Nunca imaginávamos tirar ele morto de lá”.
A irmã de João conta que um amigo dele que também estava no veículo, fraturou o fêmur e foi transferido para cirurgia. “O meu irmão deu entrada na unidade por volta das 2 hkras da manhã e às 6h56 veio a óbito. Sofreu uma parada cardíaca e em nenhum momento nos relataram a ninguém de nós três da família, a real e grave condição dele até para podermos tomar providências. Não o salvaram e também não nos deram a chance de fazê-lo, ou seja, 4 horas daria pra salvar sua vida”.
“A minha mãe que em nenhum momento chamaram para ficar com ele, adentrou sem ordens perto das 6 horas e se deparou com o que ela nunca mais vai superar na vida. Na sala de emergência estavam tentando reanimá-lo, quando não tinha mais o que fazer, tentaram e já não adiantava mais. Meu irmão morreu ás 6h56 da manhã do dia 25 por hemorragia interna aguda, traumatismo torácico, ação contundente, Sintomas que ele já apresentava quando adentrou na UPA”, destaca Maria.
A família também reclama de alguns profissionais da saúde. “O que nos foi passado ainda é a forma como ele foi tratado por alguns profissionais. Como ele estava agitado, tudo indica devido à falta de ar, talvez já causada pelo sangue nos seus pulmãos, trataram como se ele estivesse fazendo drama, ou bêbado. Estamos cientes da forma como foram tratados e bem cientes. Além de relatar aqui que o João Pedro não morreu no local do acidente como muitos pensam, fica o nosso desabafo”.
João era estudante de bacharelado em educação física da UEPG. A irmã de João detalha que a sua mãe e tia estão fazendo tratamento médico pra poder amenizar o luto, bem como não conheceu seu sobrinho que nasceu 21 dias depois da fatalidade.
“Esse relato e desabafo não se estendem a todos os profissionais em geral, pois temos a plena consciência de que ali há excelentes profissionais”, finaliza Maria Vitória Stella.
Posicionamento
A reportagem entrou em contato com a secretária municipal de saúde, Maria Lídia Kravutschke, para um posicionamento. Ela disse que “a Secretaria de Saúde não passa informações referente a casos de pacientes”.
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