Eu tinha muita preguiça de lavar louças e não sendo assim tão sujas, apenas umas xícaras e uns pratinhos com farelo de pão, estava decretada a não urgência em lavá-las. Que fiquem e depois que se acumularem bastante, ou ainda depois que não tiver mais o que usar, então sim, só resta lavar. É horrível alguém falar assim! Que coisa inadmissível e a montanha de louças vai se acumulando na pia! Depois, o hábito de um piorou em não lavar as louças e do outro, de um par, se aprimorou em jamais deixá-las acumuladas. Ainda que fosse um único copo ou faca, seria lavado. E eu assistia àquela curiosa mania que não era minha de não deixar sobre a pia, nem por ironia a louça de todo dia.
Então um forte vento bateu, a estranheza de uma passagem não anunciada veio por ali se insinuar e se reafirmar. Firmou a tristeza e a saudade. E nunca mais deixei um único talher sujo que fosse sobre a pia, a imediata limpeza tem total soberania. E louças limpas são as lembranças que me fazem companhia.
Autoria: Renata Regis Florisbelo
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