Ponta Grossa

Levantamento aponta aumento de 80% nos acidentes de trabalho com mortes em Ponta Grossa

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As partes do corpo mais afetadas são mãos e membros superiores (47,87%). O horário com maior incidência de acidentes é das 10h às 11h (10,31%)

O número de acidentes de trabalho que resultaram em morte teve um incremento de 80% em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, passando de cinco registros, em 2022, para nove em 2023. O levantamento tem como base do Sistema de Informação de Agravos e Notificação do Setor de Epidemia da Prefeitura de Ponta Grossa (Sinan).

Houve ainda um aumento de 291% na quantidade de acidentes de trabalho em 2023, com 630 ocorrências, contra 161 em 2022. O dia da semana em que ocorreu mais acidentes foi nas quartas-feiras, com quase 25% das ocorrências registradas na semana, seguida pela quinta-feira, com quase 17%. As partes do corpo mais afetadas são mãos e membros superiores (47,87%). O horário com maior incidência de acidentes é das 10h às 11h (10,31%). Com relação à idade das vítimas, 34,76% têm entre 19 e 29 anos. A maioria dos acidentados são do sexo masculino (76,66%).

Leia também: Hoje, melhor que ontem!, por Rafael Mansani e José Leal

Conforme o inspetor da Câmara de Segurança do Trabalho do Crea-PREngenheiro Civil e de Segurança do Trabalho, José Aparecido Leal, os acidentes acontecem quando a prevenção falha. Em função disso, o levantamento e análise dos dados são ferramentas importantes para a identificação das causas e para o estabelecimento de ações corretivas de prevenção para evitar a repetição das falhas ocorridas. 

“As empresas precisam tomar atitudes proativas no dia a dia, realizando a aplicabilidade das ferramentas e ações em busca de sistemática e dinâmica na agilidade da melhoria do desempenho na redução dos acidentes, de forma contínua, como também o aumento da cultura comportamental preventiva dos funcionários”, comenta.

Como forma de coibir novas ocorrências, o engenheiro sugere a adoção de algumas medidas por parte das empresas. Entre elas estão a maior integração dos coladores recém-contratados; nomear responsáveis para acompanhar os novos colabores durante os primeiros dias de trabalho, com intensificação de treinamentos na função de acordo com os procedimentos operacionais; desenvolver com mais frequência atividades que reforcem os cuidados e a importância das partes mais afetadas nos acidentes de trabalho, como mãos e pés; dialogar diariamente sobre a importância do uso de luvas nas atividades de risco, além de desenvolver a técnica do OPA (Olhar, Planejar e Ação).

“Com o maior volume de acidentes de trabalho nas quartas-feiras, o ideal é programar atividades de saúde de segurança nesses dias, além de atividades motivacionais para alertar os colaboradores sobre os riscos, exercitando a metodologia do OPA”, frisa.

O coordenador-adjunto da Câmara de Segurança do Trabalho do Crea-PR, Wilson Silva, ressalta que a contratação de um Engenheiro do Trabalho ainda é vista como um investimento oneroso para a empresa, porém é um investimento que traz inúmeros benefícios.

“As estatísticas trazem as situações nas quais já ocorreram os acidentes, muitos deles fatais. Porém, não conseguimos mensurar quantos acidentes foram evitados com as medidas de prevenção adotadas dentro dos estabelecimentos, sejam eles privados ou públicos. Por isso da importância do profissional”, comenta.

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