O pé frondoso ao lado de casa, frutos abundantes. Casa pequena de gente com coração grande. As frutas caem, são colhidas, pássaros também comem, há laranjas para todos. Elas chegam em profusão. Exemplares recolhidos e apalpados nas mãos que examinam um a um em gesto de acolher. Jamais deixar de incluir algum espécime por imperfeições aqui ou ali, afinal quem não as têm? Lavagem numa grande bacia que mais parece piscina de crianças brincando. As laranjas são crianças que se esbaldam enquanto saem dos baldes para a bacia de banhar.
Quando entra a cachaça todas viram adultas e garantem que a ingestão é social, só um tantinho. A transformação pelas mãos da mulher que prepara e declara seu amor em doce apreciação.
As frutas tornadas bebida licorosa, vem adoçar com o coração que oferta seu dom e como é bom presentear. O pé de laranja lá está. Mas os licores, os sabores, inspirados pelos amores, jamais como os dela estarão a vigorar.
Autoria: Renata Regis Florisbelo
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