Natural do Rio de Janeiro, morando atualmente em Ponta Grossa, Nardra Rhanni é uma amante de aventuras. Em um vídeo comparilhado em suas redes sociais, ela escala o tradicional Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro. A imagem chamou atenção da equipe do Boca no Trombone, que convidou a aventureira para uma entrevista especial. Na conversa, ao vivo pelo BNT News desta terça-feira (8), ela compartilhou sua trajetória no esporte e revelou como os desafios das trilhas e das montanhas a ajudaram a encarar os obstáculos da vida.
“Eu sempre gostei muito de natureza e sempre achei muito desafiador quem fazia esse tipo de esporte. E eu sempre achava aquilo muito inalcançável para mim. Eu sempre achava que eu jamais conseguiria fazer”, conta Nardra.
O ponto de virada veio quando ela completou 40 anos. “Eu comecei a refletir o que que eu já tinha feito de bom na minha vida, o que que eu não tinha feito, o que que eu poderia fazer, que eu tinha vontade, o que que eu tinha muito medo de fazer. E aí eu comecei a pautar várias coisas que eu ainda não tinha alcançado, e uma dessas coisas foram os esportes de aventura.”
Foi assim que ela decidiu enfrentar sua primeira grande escalada: o Pão de Açúcar. “Foi a primeira grande escalada que eu fiz. A primeira e grande, assim, que marcou realmente a minha vida de montanhista.”
Além das escaladas, Nardra mantém uma rotina de preparo físico. “Eu faço atividade física regularmente, não especificamente para trilhas e para o montanhismo em si, mas exercícios funcionais que vão preparar meu corpo para esses desafios que vão exigir bastante perna, bastante braço, bastante joelho.”
Entre os desafios mais recentes, está o Pico dos Escalavrados, na Serra dos Órgãos (RJ). “Foi também um grande desafio, porque é bem íngreme. É uma trilha bem longa. Eu comecei mais ou menos uma hora da tarde a subida e a gente terminou lá para umas oito, nove horas da noite. Eu tenho uma memória muito carinhosa desse pico.”
Ela também explicou o objetivo por trás desse desafio: “Esse é um dos meus últimos projetos, que é o Big Four, que é escalar quatro picos na Serra dos Órgãos. Eu fiz o Escalavrado, fiz também o Dedo de Nossa Senhora e faltam mais dois picos: o Dedo de Deus e a Cabeça de Peixe.”
Nardra ainda relembrou o significado emocional da escalada do Pão de Açúcar. “Minha mãe escalou esse morro quando era jovem, então tem essa questão sentimental”.
Sobre os cuidados com a segurança, ela reforça: “É um esporte seguro. Você também não pode sair fazendo sozinha. Você tem que se certificar de profissionais que te ajudem com segurança e que te deem apoio e suporte.”
Para ela, o montanhismo também é uma metáfora da vida. “Na vida, a gente tá sempre escalando, né? A gente tá sempre com desafios novos, sempre desviando de barreiras e tentando buscar o nosso melhor. Então o montanhismo para mim serve como uma maneira de superar. Esses desafios que eu venho fazendo têm me ajudado a encarar os desafios reais da vida.”
E completa: “Você se jogar de um avião, de um paraquedas, subir uma montanha e ver que tem um precipício lá embaixo… tudo isso me fortalece. Um problema no trabalho, um problema na família… eu sei que eu consigo superar, claro que sempre com a ajuda de Deus. Deus me guiando e guiando os meus passos.”
Ao final da entrevista, Nardra deixou um recado para quem sonha em começar nos esportes de aventura:
“Eu digo assim, que não existe hora certa. Simplesmente comece. Para tudo na vida, na verdade. Se a gente colocar muitas dificuldades, a gente nunca vai começar. Trace um plano e comece. Comece devagar. Uma hora a gente vai crescendo.”
“A vida é isso: cheia de desafios e rica de momentos e experiências. Mais do que acumular bens, é acumular histórias para contar para os filhos, para os netos. Isso é o melhor de tudo.”
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