A mulher agredida por um homem preso na última sexta-feira (31), no bairro Pimentel, em Ponta Grossa, decidiu se manifestar publicamente para relatar, em detalhes, a sequência de violências que sofreu antes da prisão do agressor. Em áudio enviado ao Portal BnT, ela narra episódios de agressão física, perseguição e ameaças.
A ocorrência ganhou repercussão após o suspeito agredir a mulher e também um idoso de 71 anos que tentou ajudá-la. O caso foi registrado na Rua João Maximiliano. Após o ataque, o agressor fugiu em uma motocicleta e foi localizado por agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) no Parque Tarobá. Segundo a GCM, ele tentou reagir à abordagem arremessando pedras contra a viatura. Com apoio das equipes GETAM e GAT Charlie, o homem foi contido e levado à 13ª Subdivisão Policial.
Relato da vítima: “Já não era a primeira vez”
Segundo a vítima, a discussão teria começado dentro de casa, quando o agressor começou a arremessar objetos, quebrou o celular dela e a agrediu. “Ele pulou em mim, jogou cadeira, quebrou meu celular, meu fone… como já tinha me batido outras vezes, corri pra rua”, relatou.
Ao tentar escapar, a mulher afirma que foi perseguida com a moto. “Ele jogava a moto em cima de mim, gritava, mandava eu voltar pra casa. Eu dizia que não queria mais, que não aguentava mais aquela situação.”
A vítima conta que tentou buscar ajuda na casa da sogra, mas continuou sendo perseguida. “Chegando lá, ele acelerava a moto, me ofendia, e os parentes dele começaram a gritar comigo. Disse que eu ia acabar com a vida dele se chamasse a polícia.”
A perseguição seguiu até a frente da residência de um idoso — o Sr. Luís, de 71 anos —, que presenciou a cena e tentou intervir. “Ele [agressor] desceu da moto e veio pra cima de mim. O senhor saiu de casa com uma pedra na mão para tentar me defender. Ele então começou a dar capacetadas na cabeça do senhor”, disse a mulher.
Ela reforça que, ao contrário do que chegou a ser divulgado, ela não agrediu o idoso, mas tentou apartar a briga. “Eu fui pra cima dele pra tentar tirar ele de cima do senhor. A irmã dele chegou também. Foi um caos.”
“Fui coagida pela família dele”
Após o agressor fugir, populares chamaram a polícia. A mulher afirma que procurou refúgio na casa da mãe, usando um carro de aplicativo após pedir ajuda na rua. Horas depois, tentou retornar à casa onde morava para recolher seus pertences, mas diz que foi hostilizada por familiares do agressor.
“Fui coagida, xingada. Diziam que se algo acontecesse com ele na cadeia, a culpa seria minha. Consegui pegar poucas coisas, tudo com medo, correndo. Pegaram até minhas coisas e as das crianças.”
Ela relata que vivia sob controle do agressor. “Não podia andar sozinha, visitar minha mãe, ele não deixava. Estou desempregada porque ele pediu as contas por ciúmes.”
Medidas protetivas e desabafo
A mulher diz ter registrado boletim de ocorrência e solicitado medida protetiva de urgência. Ao final de seu depoimento, afirmou:
“Não quero mais voltar com ele. Não quero ver ele nunca mais na minha vida, se Deus quiser. Fica o trauma — pra mim e pros meus filhos.”
A vítima também falou novamente sobre a situação do idoso.
“Eu não agredi o senhor. Eu só tentei tirar o agressor de cima do idoso, pra ele não machucar ainda mais.”
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