Com a queda nas temperaturas, a Prefeitura de Ponta Grossa, por meio da Fundação de Assistência Social (FASPG), colocou em prática a Operação Inverno, que intensifica as ações de acolhimento e proteção à população em situação de rua durante os dias mais frios.
Em entrevista, a presidente da FASPG, Tatyane Belo, destacou que o trabalho é contínuo ao longo do ano, mas no inverno as abordagens e os atendimentos são reforçados para garantir condições mínimas de segurança, dignidade e proteção contra o frio.
“A Operação Inverno amplia os atendimentos e o horário de funcionamento do Centro POP para garantir que essas pessoas tenham um local seguro, com alimentação, banho, roupas e pernoite”, explicou.
Novo endereço e como ajudar
O Centro POP, principal equipamento de acolhimento para pessoas em situação de rua, está funcionando em novo endereço: Rua Tenente Não Silva, nº 135.
Além disso, quem quiser contribuir com a Operação Inverno pode procurar tanto o Centro POP quanto a sede da FASPG, localizada nos fundos do Cemitério Municipal, para fazer doações de cobertores, roupas de frio, alimentos e itens de higiene.
Desafios da abordagem
Tatyane destacou que, embora o município ofereça toda a estrutura de acolhimento, muitos se recusam a ir para os abrigos. Ela explica que as razões são complexas e estão diretamente ligadas a transtornos mentais, dependência química e outras vulnerabilidades.
“Ninguém quer estar na rua. Quem trabalha na abordagem sabe que isso não é uma escolha. Muitas vezes são situações de doença mental, uso abusivo de álcool e drogas, que fazem com que a pessoa não aceite de imediato o acolhimento”, pontuou.
Por lei, o município não pode fazer acolhimento compulsório. Todo o trabalho é baseado no convencimento e no fortalecimento dos vínculos.
“Nosso trabalho é de sensibilização, de mostrar que existe uma rede pronta para ajudar. Mas sempre respeitando o tempo e a decisão de cada um”, explicou Tatyane.
Mais que acolher, é reconstruir vidas
A Operação Inverno, segundo Tatyane, não se resume a oferecer um espaço para dormir. Ela faz parte de uma política pública mais ampla, que envolve saúde, assistência social, segurança pública e qualificação profissional.
“O acolhimento é o primeiro passo. Depois vem o trabalho para que essa pessoa possa acessar tratamento, atendimento psicológico, documentos e, quem sabe, uma oportunidade de sair definitivamente das ruas”, concluiu.
Diagnóstico semestral
Atualmente, a cidade mantém um diagnóstico semestral, realizado pelo Departamento de Vigilância Socioassistencial, que permite acompanhar o número de pessoas em situação de rua e planejar ações de forma mais eficiente.
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