O Paraná caminha para colher a maior safra de milho da sua história, mesmo enfrentando adversidades climáticas. A soma da primeira e da segunda safra do grão deve ultrapassar as 18,1 milhões de toneladas, superando o recorde registrado na safra 2016/2017. A projeção consta na Previsão Subjetiva de Safra (PSS), divulgada nesta quinta-feira (29) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
De acordo com o Deral, a segunda safra de milho, popularmente chamada de safrinha, deve atingir 16,15 milhões de toneladas, mesmo com previsão de perdas pontuais causadas por fatores climáticos. A área plantada também é maior — 2,72 milhões de hectares, representando um crescimento de 7,4% em relação ao ciclo anterior.
A primeira safra de milho, que teve sua colheita concluída na última semana, trouxe resultados expressivos. Com a maior produtividade da história, foram colhidos, em média, 10,8 mil quilos por hectare. Mesmo com uma redução de 8% na área plantada — que passou de 298,2 mil hectares para 274,5 mil hectares —, o volume produzido chegou a quase 3 milhões de toneladas.
Panorama de Outras Culturas no Paraná
Cevada cresce forte
O plantio de cevada avança e já ocupa 31% da área estimada, que é de 94,3 mil hectares — crescimento de 17% em relação ao ciclo anterior. A expectativa é colher 411,5 mil toneladas, um salto de 39% frente às 296,1 mil toneladas da safra passada. A região de Guarapuava, no Centro-Sul, lidera os trabalhos de plantio.
Café se recupera
Após os prejuízos causados pela seca de 2023, o café paranaense mostra sinais de recuperação. A estimativa é produzir 42,8 mil toneladas, um avanço de 6% em comparação com a safra anterior.
Trigo em alta
O trigo também apresenta projeção otimista. Mesmo com uma redução na área plantada, que caiu 25% (de 1,13 milhão para 849,8 mil hectares), a produção deve alcançar 2,73 milhões de toneladas, 19% a mais que na última safra. Com 96% das lavouras em boas condições, a produtividade pode chegar a 3,2 mil quilos por hectare, se o clima continuar favorável.
Feijão sofre com seca e pragas
A cultura do feijão enfrenta dificuldades. A segunda safra, já com 100% da área plantada e cerca de metade colhida, deve gerar 534 mil toneladas — uma queda de 22% em relação ao ano anterior. A redução de 25% na área plantada, atualmente em 328,5 mil hectares, e os efeitos da seca combinada com o ataque de mosca branca comprometem a produção.
Além dos dados de grãos, o Deral também divulgou no Boletim de Conjuntura Agropecuária informações atualizadas sobre a produção de banana, laranja e proteína animal, fundamentais para o agronegócio paranaense.
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