Uma operação realizada pela Polícia Federal (PF) na manhã de terça-feira, 17 de dezembro de 2024, resultou na prisão de sete pessoas, incluindo um delegado e três policiais civis de São Paulo. Esses indivíduos são suspeitos de colaborar com o Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das facções criminosas mais poderosas do Brasil. A operação ainda busca um policial que permanece foragido.
Detalhes da Operação
As investigações que levaram a essas prisões são resultado de um cruzamento de dados de diversas apurações sobre o PCC. O esquema criminoso identificado envolve:
- Manipulação e vazamento de investigações policiais.
- Venda de proteção a criminosos.
- Corrupção para facilitar um esquema de lavagem de dinheiro do PCC.
A ação foi coordenada pela PF em colaboração com promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), além do apoio da Corregedoria da Polícia Civil. A Justiça autorizou a prisão temporária dos investigados, além de buscas e apreensões em locais relacionados a eles, bloqueio de contas bancárias e sequestro de bens.
Prendas e Suspeitos
Entre os detidos, destaca-se o delegado Fabio Baena, acusado pelo delator Vinícius Gritzbach de extorsão. Na época dos fatos, Baena liderava uma investigação na qual Gritzbach era suspeito de ter ordenado o assassinato de dois membros do PCC. Além dele, foram presos os policiais:
- Eduardo Monteiro
- Marcelo Ruggeri
- Marcelo Marques de Souza, conhecido como Marcelo “Bombom”
O policial foragido é Rogério de Almeida Felício, que, segundo informações, atua como segurança do cantor Gusttavo Lima.
Outros suspeitos de envolvimento com o PCC incluem:
Nome | Apelido |
---|---|
Ademir Pereira Andrade | – |
Ahmed Hassan | – |
Robinson Granger de Moura | Molly |
Reações e Defesas
O advogado Daniel Bialski, que defende Baena e Monteiro, considera a prisão uma “arbitrariedade flagrante”. Ele argumenta que os fatos que fundamentam a prisão já foram investigados e arquivados pela Justiça, conforme recomendação do Ministério Público. Bialski acrescentou que ambos os acusados compareceram espontaneamente para serem ouvidos e nunca obstruíram as investigações.
A defesa de Marcelo Ruggeri ainda não teve acesso aos autos do processo, mas já manifestou a opinião de que a prisão é precipitada.
Ação da Polícia Federal
A operação contou com a participação de 130 policiais federais e promotores, com o suporte da Corregedoria. Ao todo, foram cumpridos 8 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão na capital paulista e nas cidades de Bragança Paulista, Igaratá e Ubatuba.
Os investigados enfrentam acusações de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, além de ocultação de capitais. As penas somadas para esses crimes podem alcançar até 30 anos de reclusão.
Atuação dos Policiais Civis
Os policiais civis presos são suspeitos de colaborar com o PCC, garantindo proteção e facilitando a lavagem de dinheiro por meio da compra de imóveis através de intermediários ou empresas de fachada. Além disso, teriam desviado bens que deveriam ser apreendidos, levantando sérias questões sobre a integridade e a ética nas forças de segurança pública.
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