Acabou a lua-de mel entre Roberto Requião e o Partido dos Trabalhadores. Foram apenas cinco meses desde a sua filiação até a relação implodir.
Era questão de tempo, já que nem a base petista do Paraná “engole” Requião.
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Nos últimos dias, as insatisfações de Requião com o PT, e vice-versa, vieram à tona. E a troca de farpas virou pública.
Tudo teve início em uma visita de Requião ao município de Jacarezinho, quando o ex-governador reclamou que o PT não bancou um “aviãozinho” para seus deslocamentos pelo interior do estado. Fez chantagens e ameaçou até desistir da campanha, retirando o palanque de Lula no Paraná.
“Saí candidato no Paraná para dar palanque a Lula. Mas vim de carro pra cá porque conseguiram nenhum avião para mim. Estou sem apoio algum e nem estrutura de campanha tenho. Me liguem e digam se vai haver ou não, pois se não desisto dessa aventura e vou para a praia. Aqui no Paraná o Bolsonaro vai ganhar de lavada”, disse.
Alta rejeição de Requião afasta até petistas
Por outro lado, o alto índice de rejeição de Roberto Requião faz com que os candidatos do PT escondam o ex-governador em seus materiais. Foi o caso do deputado federal Zeca Dirceu, que distribuiu santinhos de campanha com a opção de voto para governador em branco, fato que despertou a ira de Requião.
Nas redes sociais, a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmmann, tem vinculado sua imagem apenas a Lula e não a Requião. É bom lembrar que na campanha de 2014, Gleisi foi duramente atacada por Requião, e na época revidou lembrando o episódio de agressão do ex-governador à sua própria mulher.
Com a relação entre Requião e PT prestes a explodir, Lula cancelou agenda que teria no Paraná.
No entanto, o impasse permanece, pois o Partido dos Trabalhadores não deve recuar da decisão de dar um “jatinho” para Requião usar na campanha, nem há garantia de que os candidatos petistas no Paraná deixarão de esconder Requião em seus materiais.