Nos últimos três dias de 2021, o Diário Oficial de Ponta
Grossa publicou cerca de 30 decretos de exoneração de trabalhadores em cargos
em comissão. Na prática, a prefeita Elizabeth Schmidt demitiu os chamados cargos
comissionados, que são os servidores de ‘confiança’ da administração.
Os cortes envolvem praticamente todas as áreas da prefeitura.
Porém, o maior número está relacionado aos assessores de gabinete da secretaria
de Administração e Recursos Humanos, chefiada pelo ex-vereador Maurício Silva,
e à secretaria de Governo, administrada pelo ex-presidente da Câmara, Sebastião
Mainardes.
O Portal BnT Online entrou em contato com a prefeita
Elizabeth para saber os motivos da demissão em massa. Porém, ela não respondeu
aos questionamentos. A assessoria de comunicação também foi procurada e também
não retornou, até o fechamento da reportagem. Com isso, não é possível dizer se os cortes atendem ao
propósito de redução de custos, fazem parte da readequação de Plano de Cargos e
Salários ou então se é uma decisão do governo.
Corte
Este corte, no entanto, pode representar uma grande economia
aos cofres da Prefeitura e um alívio para a administração diante do Limite Prudencial
de Gastos, que limita em 54% o comprometimento dos recursos do Município com
pagamento de pessoal.
De acordo com informações do Sindicato dos Servidores
Municipais (SindiServ), a Prefeitura de Ponta Grossa compromete, atualmente,
52.48% dos recursos com o pagamento da folha.
“No final de 2021 o Município contava com 290 cargos
nomeados. O que representa um gasto mensal acima de R$ 1,6 milhão para a
Prefeitura. No nosso entendimento, é um gasto muito alto, principalmente para o
atual momento onde, no entendimento do presidente do Sindicato dos Servidores
Municipais, esses valores deveriam ser investidos na contratação de servidores
efetivos onde se tem déficit de pessoal, em especial na Saúde, Educação e
Assistência Social”, comentou o presidente do SindiServ, Roberto Ferensovicz.
O sindicalista lembra, ainda, que a redução dos cargos em
comissão é uma sugestão antiga do SindServ, apresentada durante o debate
eleitoral. Na época, o sindicato apresentou uma proposta aos
candidatos para redução dos 310 cargos – da época – para 131.