Paraná

Produção de soro: unidade do Paraná recebe 2,5 mil aranhas para extração do veneno

A primeira coleta de aranhas-marrons realizada neste ano chegou na sexta-feira (28) ao Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos Boca no Trombone A primeira coleta de aranhas-marrons realizada neste ano chegou na sexta-feira (28) ao Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos
Divulgação/AEN
As aranhas são capturadas em diversas regiões do Paraná, especialmente no Centro-Sul e Norte Pioneiro, além de algumas localidades em Santa Catarina

Na última sexta-feira (28), o Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI), vinculado à Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, recebeu uma nova remessa de aranhas-marrons. Nesta coleta, foram entregues 2.500 exemplares, que se somam às 20 mil aranhas já existentes na unidade, coletadas no ano anterior. Esses aracnídeos são fundamentais para a extração do veneno utilizado na produção do soro antiloxoscélico.

As aranhas são capturadas em diversas regiões do Paraná, especialmente no Centro-Sul e Norte Pioneiro, além de algumas localidades em Santa Catarina. A coleta é realizada mensalmente, com a entrega regular de cerca de mil aranhas a cada três semanas. Ao chegarem ao CPPI, as aranhas passam por uma triagem rigorosa, onde apenas os indivíduos da espécie Loxosceles spp, conhecida popularmente como aranha-marrom, são selecionados. Após essa etapa, os animais são hidratados com algodão umedecido em água e colocados em quarentena por 48 horas.

O biólogo Túlio Tácito, responsável pelo aracnidário, detalha que a extração do veneno é um processo rápido e eficiente: “Com algumas gotas do veneno é possível produzir uma ampola do soro antiveneno. Para cada duas aranhas utilizadas na extração, conseguimos uma ampola”, explica. Caso a aranha não produza veneno durante o procedimento, ela é separada e preservada para futuras coletas.

Para induzir a produção do veneno, aplica-se um leve choque elétrico nos animais, variando entre um a quatro segundos e com uma voltagem entre 17 a 20 volts, conforme o tamanho da aranha. Tanto machos quanto fêmeas são utilizados nesse processo.

Dentro do CPPI, duas duplas de profissionais – formadas pelo biólogo e por técnicos de laboratório – estão encarregadas da coleta diária do veneno. Cada equipe consegue extrair veneno de cerca de 400 aranhas-marrons diariamente.

No primeiro quadrimestre de 2024, o CPPI obteve 3.769 miligramas de veneno bruto liofilizado. Este produto passa por um processo que envolve congelamento e remoção total da água, preservando as proteínas presentes no veneno antes de ser armazenado em freezer.

“Alimentamos nossas aranhas a cada 15 dias com baratas que também criamos aqui. Atualmente, contamos com aproximadamente 45 mil baratas para atender todas as aranhas em nosso centro. É um ciclo que demonstra como a cadeia natural se alinha ao progresso científico para auxiliar em casos de acidentes”, comentou o biólogo.

Atualmente, o CPPI realiza a extração do veneno das aranhas-marrons e imuniza equinos para a produção do soro, além de produzir plasma hiperimune. No entanto, ainda falta o processamento industrial e o envase do produto final. Há expectativas de que este ano já comece a produção do medicamento em parceria com outras instituições.

Recentemente foi assinada uma ordem de serviço no valor de R$ 1,85 milhão pelo Governo do Estado para finalizar as obras na área destinada à imunização dos equinos na seção produtora de plasma. Essa ação deverá melhorar e expandir o processo atual de produção do soro antiveneno.

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