Na última sexta-feira (17), uma adolescente de 13 anos, aluna do Colégio Estadual Fabiana Pimentel, localizado no Distrito de Socavão, em Castro, foi vítima de falas racistas por parte de uma professora. Após o episódio, a aluna e sua mãe entraram em contato com a reportagem do Portal Boca no Trombone e relataram o que aconteceu. A mãe conta que no início dessa semana já realizou boletim de ocorrência na Polícia Civil, e nesta quinta-feira (23), foi ao Conselho Tutelar.
A adolescente que estuda no 7° ano do período da tarde, disse que nesse dia precisou ficar desde a manhã na escola. O caso aconteceu entre o recreio e a ida até uma biblioteca. A aluna também estava junto com as amigas. “Durante o intervalo (recreio) tinha uma menina parecida comigo que chegou recentemente no colégio e muitos falaram que seria minha irma gêmea. Com isso passou o recreio e fomos na biblioteca. Em seguida a professora falou assim, ‘não viu tua irmã lá’, e falei não porque minha irmã não era daquele jeito. Depois a professora disse ‘como é sua irmã’. Falei que minha irmã era branca e ela disse ‘então sua irmã é branca porque nasceu no claro e eu era preta porque nasci no escuro’. Com isso, fiquei quieta e minhas amigas falaram ‘deixe eu conto para minha mãe’ e falei que não carecia contar, porque eu iria dizer para minha tia e minha avó”.
Após saber dos fatos, a mãe da adolescente realizou o boletim de ocorrência. Para a reportagem, ela destaca que sua filha não quer mais frequentar a escola e que estão atrás de tratamentos psicológicos com ela, como também a professora envergonhou a aluna na frente de todos seus colegas.
“Para ela está sendo muito difícil. Eu não vou deixar quieto e se deixar vai aumentar cada vez mais. O racismo ninguém faz nada. Como é professora deveria está na escola para ensinar e não fazer uma coisa dessa. Uma professora falar isso para uma aluna. Em vez dela ajudar e combater o racismo, a própria professora faz isso. Com certeza não é somente minha filha que é negra na escola”.
A mãe da adolescente disse que quando realizou o boletim de ocorrência, não comentou com nenhum dos funcionários que iria fazer. “Minha filha comentou hoje (quarta-feira 22) com uma pedagoga que uma professora a chamou de preta. Em seguida a pedagoga falou que não pode é racismo e que iria conversar com ela”.
Já nesta quinta-feira (23), no Conselho Tutelar, a aluna foi ouvida. A mãe explica que depois da denúncia, eles vão encaminhar a adolescente ao Centro De Referência Especializada De Assistência Social (CREAS) para acompanhamento psicológico, bem como pedir providências ao colégio pela atitude da professora.
Posicionamento
A reportagem procurou a diretora do colégio. Ela disse que não está sabendo do caso. Já o Núcleo Regional de Educação (NRE) de Ponta Grossa explicou que “a equipe diretora do Colégio Estadual do Campo Professora Fabiana Pimentel, em Castro, foi notificada nesta quinta-feira (23), pelo Conselho Tutelar, a respeito de um suposto caso de racismo praticado contra uma estudante da escola. A direção tomou conhecimento do fato diretamente via Conselho Tutelar, até então desconhecido pela instituição.
Em atendimento ao pedido encaminhado pelo Conselho Tutelar, via ofício, a direção procederá conforme solicitado. A escola está comprometida em colaborar integralmente com as autoridades competentes para que a situação seja resolvida de maneira eficaz”.
Matéria atualizada às 18 horas com a resposta do NRE
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