Ponta Grossa

Professores da UEPG paralisam atividades nesta quarta-feira (2) em protesto por melhores condições de trabalho

A programação da paralisação terá início às 7h30 da manhã nos campus Central e de Uvaranas. Durante o dia, haverão atos e debates sobre a carreira docente

Os docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) anunciaram uma paralisação para esta quarta-feira (2), como parte de um movimento estadual que reivindica melhores condições de trabalho e reajuste salarial. A decisão faz parte de um ato de mobilização dos professores das universidades estaduais do Paraná, que enfrentam dificuldades estruturais e salariais há mais de uma década.

Em entrevista ao BNT News nesta segunda-feira (31), o presidente da Sindiuep,  professor Volney Campos dos Santos destacou a importância das universidades estaduais no contexto social e econômico do Paraná e afirmou que, apesar desse papel fundamental, os docentes têm enfrentado um longo período de estagnação profissional. “A falta de concurso público prejudica a carreira docente, e os salários estão congelados há quase dez anos, sem a devida reposição inflacionária”, afirmou.

A paralisação visa pressionar o governo estadual para abrir uma mesa de negociação, discutindo demandas acumuladas ao longo dos anos. Segundo Volney, a categoria encaminhou um documento com reivindicações tanto para a reitoria da UEPG quanto para o governo estadual, mas não houve avanços significativos. “Se o governo demonstrar disposição para o diálogo, uma paralisação de um dia pode ser suficiente. Caso contrário, novas mobilizações podem ocorrer, inclusive uma greve por tempo indeterminado”, alertou.

A categoria enfrenta desafios desde 2015, quando ocorreu o chamado “Massacre do Centro Cívico”, episódio marcante em que professores foram reprimidos violentamente enquanto protestavam contra mudanças na previdência estadual. Segundo Volnei, desde então, os docentes têm lidado com a precarização da carreira e a falta de diálogo com o governo.

Atualmente, a UEPG conta com aproximadamente 618 professores efetivos, número semelhante ao de 2002, apesar do crescimento expressivo da universidade em termos de cursos e estudantes. “Hoje a UEPG é praticamente o dobro do que era há 20 anos, mas o número de professores efetivos não acompanhou essa expansão”, explicou Volney. A falta de concursos tem levado à contratação crescente de professores temporários, que, embora essenciais, não possuem as mesmas prerrogativas dos docentes concursados.

A última greve dos professores da UEPG ocorreu em 2023 e durou alguns meses, resultando em modificações na carreira docente, mas de forma desigual. “Tivemos alguns avanços, mas ainda insuficientes para atender às necessidades da categoria”, destacou.

A programação da paralisação terá início às 7h30 da manhã nos campus Central e de Uvaranas. Durante o dia, haverão atos e debates sobre a carreira docente, culminando, às 19h, em uma mesa de discussão no auditório central da reitoria. O evento faz parte do “6º Ciclo Descomemorar Golpes”, que relembra o golpe militar de 1964.

Os docentes esperam que a paralisação sensibilize o governo para avanços nas negociações e destacam a importância da mobilização da comunidade acadêmica e da sociedade civil em apoio às demandas da categoria.

Assista à entrevista

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