Na coluna de hoje de Roberto Ferensovicz: Debate sobre a redução do valor do carro popular no Brasil gera repercussões. Queda de impostos pode baixar preços.
Nas últimas semanas temos visto no noticiário nacional o debate no Governo Federal sobre a redução do valor do carro popular, atualmente um carro 0KM não sai por menos de 60 mil reais, portanto de popular o nome, são mais de 45 salários mínimos para comprar um veículo desses, se alguém financiar hoje um carro pagando um salário mínimo por mês terminará de pagá-lo quando encerrar o mandato do atual presidente da república, mas quem consegue pagar esse valor por mês? A classe trabalhadora não! Por isso os pátios das fábricas estão lotados.
Esse é um debate que irá se seguir nos próximos meses, como se diz no jargão popular: “não tem almoço de graça, ou, do coro sai a correia”. Traduzindo, para baixar o preço dos carros populares será necessário que o governo reduza alguns impostos, pois as fábricas não irão baixar o lucro. A renúncia de receita é um debate importante dentro do governo, pois a equipe econômica fará ponderações sobre tais consequências.
Agora temos que pensar em um outro aspecto, que é a consequência no caso de redução do preço dos veículos, quanto mais barato um produto, no caso o carro, maior a sua venda, não é isso?
E a pergunta que deixo aqui: Aumentar a venda de veículos é importante para a economia? Deverá aumentar ou no mínimo manter o emprego no ramo automobilístico, bem como nas empresas que se mantém desse ramo de atividade. Mas e a questão da mobilidade urbana? Em nossa cidade vemos diariamente um caos no trânsito e isso se repete na maioria da cidades de médio e grande porte, acredito que seria importante, senão fundamental os governantes pensarem (e agirem) no sentido de melhor o transporte coletivo, pois só quem utiliza esse tipo de transporte sabe o sofrimento que é. O termo bastante utilizado, “lata de sardinha” , reflete bem a realidade de quem o usa.
A redução do preço do veículo a curto prazo parece-me algo muito interessante, mas em poucas décadas onde esses veículos andarão (ou tentarão andar), nosso sistema rodoviário está estrangulado, seja nas cidades ou até mesmo nas rodovias.
Por mais planejamento a longo prazo e menos medidas de rompante, muitas das quais, eleitoreiras.
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