O governador Ratinho Junior reafirmou nesta sexta-feira (31), em Londrina, o compromisso do Governo do Estado com a manutenção e o fortalecimento das APAEs e escolas de Educação Especial no Paraná. Ele garantiu que o Estado seguirá investindo na construção e melhoria das estruturas dessas unidades, destacando a importância do atendimento especializado aos alunos com deficiência. A declaração foi uma resposta ao novo decreto do governo federal que pode afetar o funcionamento das escolas especializadas, ao incentivar a inclusão obrigatória desses estudantes em salas comuns.
“Lamentamos muito esse tipo de visão distorcida sobre a educação especial. O Paraná é o Estado que mais investe nesse setor por meio das nossas APAEs. Nós investimos meio bilhão por ano nas escolas especiais”, afirmou o governador durante o anúncio da liberação de R$ 60 milhões para a ampliação do Hospital do Câncer de Londrina.
Segundo Ratinho Junior, o Estado está construindo novas unidades das APAEs em parceria com prefeituras e a Assembleia Legislativa do Paraná. “Esse é um modelo que deu muito certo. Vamos lutar em defesa das APAEs para que continuem o trabalho exemplar que realizam no Estado”, destacou.
O governador também anunciou articulação conjunta com a bancada federal paranaense para assegurar a continuidade das APAEs e demais instituições especializadas. Ele lembrou que o Paraná adotou uma política sólida de valorização da educação especial. “Estamos inaugurando novas sedes da APAE em todas as regiões, garantindo espaços adequados e respeitosos para professores e alunos”, afirmou.
Investimentos contínuos
Atualmente, o Estado mantém parceria com entidades filantrópicas que atendem cerca de 48 mil estudantes com deficiência intelectual, transtorno do espectro autista e múltiplas deficiências com alta necessidade de suporte — sendo 24 mil com até 17 anos. O investimento anual é de aproximadamente R$ 480 milhões, garantindo a manutenção das instituições e a equiparação salarial dos profissionais. Até 2027, o total previsto é de R$ 1,9 bilhão.
Na Rede Estadual de Ensino, mais de 100 mil estudantes público-alvo da educação especial são atendidos em 2.035 Salas de Recursos Multifuncionais. O trabalho é feito com o apoio de 1.695 professores especializados, 7.222 professores mediadores, 1.300 profissionais de apoio e 535 tradutores e intérpretes de Libras.
Novas unidades
O governo estadual está ampliando a estrutura das APAEs com 17 novas unidades próprias — duas já entregues em Nova Laranjeiras e Flor da Serra do Sul. Outras 15 estão em execução ou fase de projeto, incluindo municípios como Piên, Altamira do Paraná, Douradina, Guamiranga, Nossa Senhora das Graças e Prado Ferreira, além de Ariranha do Ivaí, Boa Vista da Aparecida, Cambira, Capitão Leônidas Marques, Kaloré, Rio Branco do Ivaí, Nova Londrina, Santo Inácio e Tunas do Paraná.
As novas sedes seguem padrão de acessibilidade e estrutura moderna, com salas adaptadas, cozinha, refeitório, biblioteca, áreas administrativas e espaços voltados a fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e psicologia.
Inclusão responsável
O modelo paranaense de inclusão defende que o atendimento às pessoas com deficiência deve ocorrer com estrutura adequada, suporte técnico e profissionais preparados, garantindo condições efetivas de aprendizagem. O Estado mantém diálogo constante com instituições e parlamentares para aprimorar o atendimento e fortalecer tanto a rede regular quanto as escolas especializadas.
Criadas em 1954, as APAEs surgiram para atender pessoas com deficiência intelectual e múltiplas deficiências, oferecendo educação, saúde e inclusão social. Hoje, o Paraná conta com 350 associações que atendem cerca de 45 mil alunos em todas as regiões.
Diferente da realidade de outros estados, onde essas escolas funcionam em prédios adaptados e mantidos por famílias e entidades, o Paraná vem garantindo estruturas próprias e acessíveis, reafirmando o compromisso com uma educação inclusiva e humanizada.
*Com informações da AEN
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