Em 1717, uma imagem simples e quebrada transformou-se em fé de um povo, até ser proclamada Padroeira do Brasil. Conheça um pouco da história de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
Tudo começou quando os pescadores João Alves, Felipe Pedroso e Domingos Garcia foram encarregados de conseguir peixes para um banquete que a Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá iria oferecer a Dom Pedro de Almeida, então Governador da Província de São Paulo e Minas Gerais, que estava visitando a região.
Após vários esforços frustrados, os pescadores retiraram das águas do Rio Paraíba uma imagem de Nossa Senhora – que representa Maria, mãe de Jesus Cristo – em dois pedaços: primeiro o corpo, depois a cabeça. Após colocarem a imagem no barco, os pescadores, que até então não tinham conseguido pescar nada, encheram suas redes com uma abundância de peixes.
Antes de levarem os peixes para o banquete, entregaram a imagem a Silvana da Rocha Alves, esposa de Domingos, que reuniu as duas partes com cera e a colocou num pequeno altar em sua casa, em agradecimento pelo milagre dos peixes. Assim nasceu uma devoção, que reuniu moradores da região para rezarem o terço e cantarem a ladainha.
Entre 1717 e 1732, a imagem peregrinou pelas regiões de Ribeirão do Sá, Ponte Alta e Itaguaçu. Em 1732, Felipe Pedroso entregou a imagem a seu filho Atanásio Pedroso, que construiu o primeiro oratório aberto ao público.
Em 1740, uma devoção crescente levou o vigário de Guaratinguetá, padre José Alves Vilela, e alguns devotos a construírem uma pequena capela, onde rezavam o terço e cantavam ladainhas, mas ainda não se celebrava a Eucaristia.
Em 1743, o Pe. Vilela enviou um relatório ao bispo do Rio de Janeiro, Dom Frei João da Cruz, relatando os milagres e a devoção do povo, solicitando a aprovação do culto e a construção de uma igreja dedicada a Nossa Senhora Aparecida. A autorização veio em 5 de maio do mesmo ano
A igreja foi construída no Morro dos Coqueiros, atual local da cidade de Aparecida, em terras doadas por Margarida Nunes Rangel. A festa, em 26 de julho de 1745, durante o dia de Sant’Ana, marcou também o início do povoado chamado “Capela de Aparecida”.
Nessa ocasião, a imagem foi levada em procissão à nova igreja e colocada no altar. O primeiro Santuário, construído em taipa de pilão, não resistiu ao tempo e, em 1844, apresentou risco de desmoronamento e o setor administrativo da capela resolveu pela construção de um novo templo.
Padroeira
Em 2 de março de 1906, o Papa Pio X concedeu a realização de missa e ofício dedicados à Nossa Senhora Aparecida. A licença anterior, concedida por Leão XIII, em 1895, fixava as celebrações da festa somente no primeiro domingo de maio, sem Missa e Ofício próprio.
Em 1908, Dom Duarte Leopoldo e Silva pediu e conseguiu o título e o privilégio de Basílica Menor para Basílica Velha. A dignidade foi concedida por Pio X, em 29 de abril de 1908, e executada com a sagração do templo por Dom Duarte, no dia 5 de setembro de 1909.
Foi durante o Congresso Mariano, no fim da década de 1920, que o líder do episcopado brasileiro Dom Sebastião Leme, Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, apresentou aos bispos a proposta para pedir à Santa Sé que declarasse Nossa Senhora Aparecida como Padroeira do Brasil. A declaração aconteceu em julho de 1930, pelo papa Pio XI.
No entanto, a data só virou feriado nacional em 1980, com a Lei 6.802, que instituiu o dia 12 de outubro no calendário oficial e consagrou Nossa Senhora Aparecida como a padroeira do Brasil.
Com informações do A12
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