Depois que o trabalhador, Luciano Moro Concke, de 49 anos, de uma empresa terceirizada tirou a própria vida com um tiro no queixo, na noite de terça-feira (14), que alegava a falta de pagamento da empresa onde trabalhava, a reportagem do Portal Bnt Online conversou com dois vigilantes, que também retrataram o atraso de salários pela empresa que presta serviços de segurança ao Departamento de Estradas e Rodagens (DER-PR). Por outro lado, a empresa reconheceu o atraso de no máximo sete dias e que começou a pagar hoje os trabalhadores da região de Ponta Grossa.
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Para o vigilante Gilmar Ferreira, disse que a empresa terceirizada vem atrasando os pagamentos desde o 13º salário, como a primeira e a segunda parcela e que até hoje não caiu o pagamento. Ele também descreve que o colega de trabalho que tirou sua própria vida, estava com a pensão alimentícia e aluguel atrasados. “Estamos sem resposta da empresa, ela não dá uma resposta concreta para a gente. Entramos em contato com o dono, que iria fazer o pagamento e não efetuou. A minha situação é a mesma coisa, estou com a prestação do meu terreno atrasado, prestação de carro atrasado, bem como água, luz e internet e o juros correndo a pelo menos três meses”.
Já para o vigilante, Fábio Luiz Penteado, também se manifestou após seu colega se matar pela falta de pagamento. Ele conta que ligando na empresa para cobrar o salário, os responsáveis não dão nenhuma justificativa. “Sai dia 24 de fevereiro de férias, e até agora não recebi um centavo das minhas férias, muito menos o pagamento, bem como o vale mercado também. Estamos indignados, porque procuramos os órgãos públicos que presta serviços, a empresa, e ninguém dá uma posição”.
Após o atentado, Fábio espera uma resposta imediata sobre o que vai acontecer agora em diante, se a empresa vai sair, se não vão pagar ou se vai a falência. “Como os outros colegas, minhas contas estão atrasadas, tem que pagar aluguel, colocar comida dentro de casa, e estou quase voltando trabalhar e ainda não peguei o pagamento das minhas férias, e vou ter que voltar a trabalhar sem receber. Com isso pedimos que torne alguma providência, para que não venha um outro colega de trabalho tirar a sua própria vida”.
Empresa
O diretor da empresa, Cristian Souza, disse para a reportagem nesta quarta-feira (15), que a informação que circula sobre o atraso de salários não se confirma, mas que a empresa começou a pagar hoje a região de Ponta Grossa.
A empresa terceirizada que trabalha com 1.300 vigilantes, lamentou o ocorrido que vitimou o trabalhador, e que a situação segue sendo investigado pela Polícia Civil.
Veja vídeo dos depoimentos;
Foto e vídeo: Reinaldo Marcondes