A mulher de 31 anos presa por sequestrar duas irmãs de 5 e 11 anos no norte do Paraná afirmou à Polícia Militar que recebeu uma “profecia divina” para cuidar das crianças. O caso chocante ocorreu na última sexta-feira (6), quando a suspeita levou as meninas para fora da cidade sem autorização da família.
As crianças foram localizadas no sábado (7), em Mauá da Serra, a aproximadamente 90 km de Londrina. Elas estavam com fome, tremendo de frio e sem roupas íntimas, segundo os policiais que participaram da ação. A suspeita foi detida em flagrante e será investigada pelos crimes de sequestro e cárcere privado.
“Ela acredita genuinamente que foi escolhida por Deus para cuidar dessas meninas”, declarou a aspirante Natália Machado, da Polícia Militar do Paraná.
Segundo a PM, a mulher tentou convencer os agentes de que era mãe adotiva das crianças. Ainda conforme o depoimento à polícia, a sequestradora planejava levá-las para um passeio na praia, tendo inclusive comprado passagens de ônibus.
A mulher afirmou sofrer de uma doença mental, mas não apresentou nenhum documento médico que comprove o quadro. A mãe das crianças, no entanto, informou em Boletim de Ocorrência que a vizinha tem diagnóstico de esquizofrenia.
Confiança abalada e reencontro emocionante
A mãe relatou que a suspeita era conhecida da família e tinha acesso livre às filhas. “Ela sempre levava minhas meninas para a igreja. O pastor buscava elas de carro. Eu confiava nela”, desabafou à imprensa local. Segundo a mãe, agora, as filhas só saem de casa acompanhadas por ela ou pelo pai.
As crianças tinham o costume de frequentar a casa da vizinha para brincar e jogar videogame. No dia do desaparecimento, foram convidadas para mais uma dessas visitas. Horas depois, a mãe percebeu que as meninas não haviam retornado e acionou a Polícia Civil.
Além do trauma psicológico, a mulher ainda relatou um detalhe perturbador: a sequestradora queimou seus documentos pessoais e jogou os restos em uma sacola.
Exames e investigação
Após o resgate, as irmãs passaram por exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Londrina para verificar possíveis agressões. Elas foram inicialmente encaminhadas para a Delegacia de Marilândia do Sul e, depois, transferidas para Londrina, onde reencontraram a mãe.
A Polícia Civil aguarda o resultado dos laudos periciais e testemunhais para concluir o inquérito. A suspeita está presa preventivamente e deve permanecer à disposição da Justiça.
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