A cidade de Ponta Grossa está entre os municípios do Paraná que mais preocupam as autoridades de saúde com relação ao avanço da doença meningocócica (meningite) em 2025. Segundo boletim divulgado nesta sexta-feira (27) pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o município já confirmou quatro casos da doença neste ano, além de duas mortes — um menino de 2 anos e um homem de 59.
O alerta foi enviado às 22 Regionais de Saúde do Estado, incluindo a 3ª Regional, que abrange Ponta Grossa, com o objetivo de reforçar as ações de vigilância, prevenção e assistência nos 399 municípios paranaenses.
No total, entre janeiro e 21 de junho deste ano, o Paraná registrou 22 casos confirmados da doença e seis óbitos. Os números representam um aumento expressivo em comparação ao mesmo período de 2024, quando foram notificados 11 casos e nenhuma morte. Em todo o ano passado, foram 33 casos e quatro óbitos.
A doença meningocócica é causada pela bactéria Neisseria meningitidis e pode evoluir rapidamente para quadros graves como meningite e meningococcemia, exigindo atenção imediata. Por isso, é considerada uma emergência de saúde pública devido à sua alta letalidade e risco de sequelas graves, especialmente em crianças.
O secretário estadual de Saúde, Beto Preto, reforçou a importância da vacinação para conter o avanço da doença. “Quem passou por isso na família sabe a dificuldade que é tratar. Por isso, contamos com todas as famílias do Paraná para vacinar suas crianças e proteger ainda mais a população paranaense”, afirmou.
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a vacina meningocócica C (conjugada) para crianças a partir dos três meses até 4 anos de idade. A partir de julho deste ano, o reforço aos 12 meses será substituído pela vacina meningocócica ACWY, que amplia a proteção para outros sorogrupos da bactéria.
Em 2024, a cobertura vacinal em Ponta Grossa ficou abaixo da meta de 95% estabelecida pelo Ministério da Saúde. A Sesa não divulgou dados específicos por município, mas destacou que o índice estadual foi de 91,56% na primeira dose e 92,94% na dose de reforço.
A população deve ficar atenta aos sintomas da doença, que incluem febre alta, dor de cabeça intensa, vômitos, rigidez de nuca, confusão mental e manchas vermelhas na pele. Ao primeiro sinal, é fundamental procurar atendimento médico imediato.
A Sesa também orienta medidas de prevenção como manter ambientes ventilados, lavar as mãos com frequência, evitar aglomerações e não compartilhar objetos de uso pessoal.
Para os profissionais de saúde, o alerta é para intensificar o diagnóstico precoce, notificar casos suspeitos em até 24 horas, isolar pacientes e iniciar o tratamento o quanto antes. Também é recomendado avaliar contatos próximos de casos suspeitos para possível uso de antibióticos preventivos (quimioprofilaxia).
Com a confirmação das mortes em Ponta Grossa, o município passa a ser um dos focos prioritários na atuação da Secretaria de Saúde, que alerta para o risco de novos casos caso as medidas preventivas não sejam intensificadas.
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