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Indústria química encara desafios para crescer em 2024

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Indústria química encara desafios para crescer em 2024
De acordo com o especialista do setor José Rosenberg, diretor-presidente da Katrium Indústrias Químicas (RJ), apesar de ter cedido o 6º lugar no ranking mundial para a Índia, o Brasil tem capacidade para ganhar representatividade global

O ano de 2023 se mostrou um dos mais desafiadores para a indústria química brasileira – que cresceu menos do que as perspectivas iniciais indicavam. Vários fatores contribuíram para a baixa procura de produtos químicos em nível mundial, incluindo uma recessão na Europa, a inflação nos Estados Unidos e uma recuperação menor do que se esperava na procura por parte da China. Ainda assim, a indústria química brasileira lidera o mercado do setor na região e vigora entre as sete maiores do mundo, tendo perdido a sexta posição para a Índia. Os primeiros colocados permanecem: China, Estados Unidos, Japão, Alemanha e Coreia do Sul.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), o país tem potencial para ocupar posições ainda mais altas. Se hoje o setor fatura cerca de US$190 bilhões, o que representa 11% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial do país, é possível prever crescimento a partir de ganhos de eficiência energética e climática. O incentivo ao uso de fontes renováveis não só pode tornar os custos de energia mais baixos para o setor químico, como também pode consolidar a posição de liderança do Brasil para uma transição energética tecnológica e sustentável.

Apesar de contar com o regime especial (Reiq), a concorrência na indústria química ainda é acirrada. Enquanto nos Estados Unidos e em países da Europa os impostos sobre faturamento da indústria química variam de 20% a 25%, no Brasil eles giram em torno de 40% a 45%. Além dessa diferença, o setor arca com uma matéria-prima até 4 vezes mais cara no país em comparação com os concorrentes estrangeiros.

Na opinião de José Rosenberg, diretor-presidente da Katrium Indústrias Químicas – empresa responsável pelo fornecimento do cloro usado no tratamento da água do Rio de Janeiro – mesmo com recentes conquistas, a indústria química nacional carece de mais incentivos para ganhar competitividade. “Metade do que produzimos no país é exportado. Consequentemente, a dependência do ambiente internacional de negócios é relevante”.

Segundo o executivo, quando a economia interna estiver mais aquecida, a indústria química ganhará mais representatividade. Afinal, é ela que fornece produtos químicos para setores-chave, como agricultura, pecuária e a indústria de ração animal e fertilizantes. “Também é indispensável na fabricação de tintas, produtos de limpeza, higiene pessoal, perfumaria, cosméticos, medicamentos e até mesmo no processo da indústria do chocolate. Ou seja, vários segmentos industriais dependem diretamente da indústria química. Quando a indústria nacional tem bom desempenho, de modo geral, também a indústria química colhe bons frutos”.

Rosenberg afirma, ainda, que a recuperação da indústria química brasileira passa necessariamente por mais incentivos fiscais, pela desburocratização de processos, pelo aumento de impostos para matérias-primas importadas, pela transição energética, por uma economia aquecida e circular, pelo melhor uso da inteligência artificial e processos de inovação.

 

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