Notícias Corporativas

Setembro Amarelo e o desafio de cuidar de quem cuida

Setembro Amarelo e o desafio de cuidar de quem cuida
Setembro Amarelo e o desafio de cuidar de quem cuida
A campanha Setembro Amarelo tem papel fundamental na conscientização e prevenção do suicídio e embora o foco da campanha não seja no trabalhador da área de saúde, o estresse, os desafios emocionais, as jornadas excessivas e a falta de reconhecimento são fatores que contribuem para o esgotamento mental dos profissionais de cuidados paliativos, um problema que pode levar ao desenvolvimento de transtornos mentais, como a depressão e ansiedade.

O Setembro Amarelo é a maior campanha anti-estigma do mundo e tem papel fundamental na conscientização e prevenção do suicídio, reunindo entidades médicas em vários países para discutir saúde mental e incentivar a população a buscar ajuda.

Embora o foco da campanha não seja no trabalhador da área de saúde, o estresse, os desafios emocionais, as jornadas excessivas e a falta de reconhecimento são fatores que contribuem para o esgotamento mental dos profissionais de cuidados paliativos, um problema que pode levar ao desenvolvimento de transtornos mentais, incluindo a depressão e ansiedade.

“O cenário de trabalho em cuidados paliativos é complexo. Embora esse modelo de cuidado não seja exclusivo para pacientes em fim de vida, a terminalidade é uma das fases do processo. Inevitavelmente a equipe de cuidados paliativos lida com a dor, a morte e muitas camadas de sofrimento (físico, emocional, social e espiritual), e isso, por si só, já é um imenso desafio”, explica a psicóloga Joana Cés, coordenadora do Comitê de Psicologia da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), entidade representativa dos Cuidados Paliativos no Brasil.

“Somam-se a esta rotina os tabus e preconceitos em relação a morte e aos cuidados paliativos, o luto e as reações emocionais de todos os envolvidos, o contato com suas próprias questões diante dos limites da vida e da ciência, o sentimento de impotência, a delicadeza da comunicação, a complexidade da tomada de decisão e o manejo das expectativas”, diz a especialista.

Segundo Joana, é exigido do profissional de cuidados paliativos um grande investimento nas relações interpessoais. “É preciso ser empático e oferecer cuidado sem se misturar com o sofrimento do outro. O desafio também consiste em encontrar uma medida saudável para se conectar sem se misturar e se distanciar sem perder a conexão”, destaca.

Considerando todos os desafios de atuar em cuidados paliativos, gerenciar o estresse é crucial, prevenindo o burnout ou qualquer outro adoecimento ligado ao trabalho. “As profissões da saúde são especialmente suscetíveis ao estresse, pois lidar com a dor, o sofrimento e a morte se somam a uma intensa demanda de cuidados. Espaços formais ou informais de cuidado ao profissional podem ser promovidos dentro das instituições de saúde. Mas o autocuidado não tem fronteiras e deve estar sempre em primeiro plano”, afirma.

Para lidar e gerenciar os fatores estressores primeiro é necessário identificar se são internos, ou seja, se são questões que partem do profissional (formação adequada, competência e habilidade para lidar com situações de morte, vivências anteriores de doenças e perdas, satisfação com o trabalho ou características pessoais) ou externos, no caso, fatores que estão ligados ao ambiente laboral (instituição, equipe, relacionamentos interpessoais, questões éticas e/ou morais, riscos ocupacionais, características do paciente e sua condição, entre outros).

A partir daí, identificados os fatores estressores, é possível montar um plano de ação e cuidados, que pode envolver diferentes estratégias.

“Do lado pessoal, é aconselhável exercer o autocuidado, ter uma vida social saudável, manter o equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal, ter rotinas de exercícios/sono/alimentação, evitar comportamentos autodestrutivos (de risco), buscar realizar práticas espirituais e ter o suporte de profissionais de saúde mental (fomentar uma postura crítica e reflexiva e o autoconhecimento, crescimento pessoal, reconhecer seus limites, seus recursos internos e externos e fazer uma boa gestão de expectativas)”, orienta Joana.

Já as instituições, de acordo com a psicóloga, podem auxiliar estimulando as reuniões em equipe interprofissional, oferecendo orientação e supervisão profissional sempre que necessário, educação e treinamento contínuos e gestores sensíveis à importância de cuidar de seus colaboradores, que estejam preparados para oferecer apoio especializado (individual e/ou em grupo), além da oferta de cuidados integrativos na instituição e eventos para integração da equipe. “São caminhos simples e possíveis para o gerenciamento da carga de estresse no trabalho em cuidados paliativos, pois é essencial também cuidar de quem cuida”, completa a psicóloga.


BNT Vídeos

Quer receber as Newsletter BnT?

Cadastre-se e receba, um email exclusivo com as principais noticias produzidas pela equipe do Portal Boca no Trombone

Web Stories

Relembre o Bosque de Luz de Ponta Grossa PM ganha as ruas com Ações de Reforço Teto do shopping desaba em PG Cândido Neto entrevista Álvaro Goes Schumacher relembra gol histórico no Operário Palvavras de Deus no Portal BnT Torcida do Flamengo toma ruas de PG