Enquanto a Prefeitura de Ponta Grossa tem ampliado o número de escolas de tempo integral, mães de alunos matriculados nas unidades se unem em defesa do ensino em meio período. Por meio das redes sociais, um grupo de mulheres e vários bairros se organizam para cobrar mudanças na política da Secretaria Municipal de Educação.
Uma das integrantes do grupo é Fernanda Wenglarek. O filho dela tem cinco anos e estuda na Escola Municipal Coronel Cláudio. Segundo Fernanda, desde que iniciou o ensino integral, neste ano, a criança mudou de comportamento. “O problema é que ele mudou muito na questão do comportamento. Ele anda estressado, chorando muito, está muito nervoso. De manhã, na hora que eu acordo, ele bate na própria cabeça, fala que não quer ir porque a escola demora muito”, conta. “Eu fui procurar outras escolas que fossem meio período. Achei uma escola, mas é muito longe para eu levar ele. Aqui perto tem duas escolas, mas as duas são em tempo integral”, completa.
Uma das organizadoras do movimento, Vanessa Rosa também tem um filho de cinco anos e, no início do ano, precisou buscar uma escola em outro bairro, longe da casa que tem no Jardim Los Angeles. Segundo ela, a criança tem bronquite e dermatite atópica. “Quando soube que iria ser integral, fui atrás de vaga em outro colégio que fosse meio período, até por causa da saúde dele”, diz. Ela reclama dos gastos que teve que incluir no orçamento com gasolina e dos riscos de pegar a rodovia todos os dias para levar o menino na escola.
Vanessa conta, ainda, que há situações mais graves que alguns mães têm enfrentado. “Tem criança que não quer comer na escola e perdeu peso desde o início das aulas, que chega em casa irritada. É complicado, nós somos responsáveis pelos nossos filhos. Se nós não queremos o dia todo é porque queremos o melhor pra eles. Não que a escola não seja boa, mas não tem necessidade de ser o dia todo para todo mundo. Tem que ser para quem precisa”, diz.
Até 2025, todas as escolas de PG serão em tempo integral
De acordo com o Plano Municipal de Educação, até 2025 o ensino integral deve abranger 100% da rede municipal de ensino. Atualmente, sem considerar os Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs), há 10.381 alunos matriculados em escolas integrais na cidade. O número representa um aumento de 15,7% em relação ao ano passado. Por outro lado, houve redução de 11.923 para 10.440 nas matrículas em meio período. “Tanto a Secretaria quanto as escolas estão à disposição para ouvir as famílias e trabalhar, juntas, caso a criança tenha alguma dificuldade de adaptação – seja no tempo integral ou parcial. A pasta esclarece, também, que ainda há escolas que oferecem o tempo parcial”, informou a Prefeitura, via assessoria