Em 28 de julho, durante um evento da ONU em Adis Abeba, Etiópia, o Brasil foi oficialmente retirado do Mapa da Fome. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) anunciou que, após uma média trienal entre 2022 e 2024, a insegurança alimentar no Brasil foi reduzida a menos de 2,5% da população.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebrou a conquista em suas redes sociais: “É com grande orgulho que informo que o Brasil está fora do mapa da fome. Esta conquista histórica evidencia que é possível combater a fome com políticas públicas sérias e um compromisso genuíno com o povo.”
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, destacou que a meta de retirar o Brasil do Mapa da Fome foi uma prioridade desde o início do mandato de Lula, com previsão para 2026. Contudo, graças ao Plano Brasil Sem Fome e a implementação eficaz de políticas públicas, o governo alcançou esse objetivo em apenas dois anos. “Não há soberania sem justiça alimentar”, afirmou o ministro.
Os dados que respaldam essa conquista foram revelados no Relatório O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025 – SOFI 2025, lançado durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU. A saída do Brasil do Mapa da Fome é atribuída a uma série de medidas, como a redução da pobreza, a geração de empregos e a valorização da agricultura familiar, além do fortalecimento da alimentação escolar.
Essa é a segunda vez que o Brasil supera essa situação: a primeira ocorreu em 2014, mas entre 2018 e 2020, o país enfrentou um retrocesso e voltou a figurar no Mapa da Fome, devido ao enfraquecimento de programas sociais. Nos últimos dois anos, aproximadamente 24 milhões de pessoas foram retiradas da insegurança alimentar grave.
A pobreza extrema também atingiu seu menor índice histórico em 2023, com apenas 4,4% da população nessa condição. Desde 2021, cerca de 10 milhões de brasileiros experimentaram uma melhoria em sua qualidade de vida. Os avanços incluem a queda do desemprego para 6,6% em 2024 — a menor taxa desde 2012 — e um aumento na renda mensal per capita, que alcançou R$ 2.020. A desigualdade social também diminuiu, com o índice de Gini reduzido para 0,506.
No campo do emprego formal, em 2024, 1,7 milhão de novos postos foram criados, dos quais a grande maioria foi ocupada por pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), com destaque para os beneficiários do Bolsa Família.
Além disso, o Brasil propôs a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza durante sua presidência do G20 em 2024. A aliança, com 101 países-membros, tem como objetivo erradicar a fome e a pobreza até 2030.
Wellington Dias enfatizou que o exemplo do Brasil pode servir como um modelo para outras nações e que o foco das políticas públicas não é apenas retirar o Brasil do Mapa da Fome, mas também garantir justiça alimentar e qualidade de vida para todos.
Perguntas Frequentes sobre o Mapa da Fome:
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O que é o Mapa da Fome?
É um indicador global que identifica países onde mais de 2,5% da população sofre de subalimentação grave. -
Como é calculado?
A prevalência de subnutrição é calculada com base na quantidade de alimentos disponíveis e no consumo pela população, levando em conta desigualdades econômicas. -
Com que frequência os dados são atualizados?
A FAO publica relatórios anuais, mas a classificação se baseia em médias trienais para evitar distorções causadas por eventos pontuais. -
Quais indicadores são utilizados no Brasil?
Além do Mapa da Fome, são utilizados dados da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) e pesquisas do IBGE para orientar políticas públicas. -
O que é o Relatório SOFI?
Um relatório anual da FAO que apresenta dados sobre subnutrição global e defende estratégias contra a fome.
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