Nem precisava estar tão frio. Bastava um ventinho para a mãe recomendar:
- Leva o casaquinho!
E aquela mãe também recorria a um casaco leve para portar em todas as saídas, fosse perto ou longe. Igualmente era coisa de tia e de madrinha, desde cedo a criança escutando insistentes recomendações a impor a tal indumentária.
Ao corpo foi se acostumando e o corpo a ele. Incontáveis vezes seguia a peça na mão de quem a portaria se assim sentisse necessidade. Quase uma extensão da mão ou dos braços. Passeios ou no trabalho, o casaquinho era mascote era inseparável.
Triste, tristeza completa quando é perdido, reconhecer que de tanto carregá-lo para todos os lados foi esquecido num canto qualquer, casa de alguém, loja, igreja… E agora, como perdoar a si mesmo pela negligência e abando do incapaz, mas bem sagaz casaqueto?
Um alívio rememorar, passar pela mente os anos e reconhecer que nunca esqueci nenhum e também nunca esqueci de nenhum.
Autoria: Renata Regis Florisbelo
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