A obesidade é um problema de saúde pública que cresce em ritmo acelerado no Brasil e no mundo. Em entrevista ao BnT News desta quarta-feira (11) o médico Francisco Emanuel de Almeida afirmou que cerca de 20 a 25% da população mundial já é considerada obesa, e mais de 40 milhões de crianças com menos de cinco anos estão acima do peso. Além das complicações para a saúde, os custos com tratamentos de doenças associadas à obesidade já ultrapassam os 2 trilhões de dólares por ano no cenário global.
Segundo o especialista, a obesidade é uma doença crônica e multifatorial, com causas que envolvem genética, estilo de vida e condições metabólicas. “Não é uma escolha pessoal. É uma condição de saúde que exige atenção e tratamento adequados”, afirma.
Entre as opções disponíveis, a cirurgia bariátrica tem se mostrado uma importante aliada no tratamento de casos mais graves. Ela é indicada para pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40, ou acima de 35 quando há doenças associadas, como diabetes ou hipertensão. Uma nova recomendação do Conselho Federal de Medicina ampliou a indicação para pacientes com IMC a partir de 30, desde que tenham comorbidades.
O procedimento mais comum é o bypass gástrico, realizado por videolaparoscopia, uma técnica minimamente invasiva. A cirurgia promove redução do estômago e, em alguns casos, de parte do intestino, ajudando o paciente a perder peso com mais facilidade. No entanto, o Dr. Francisco ressalta que a cirurgia por si só não é suficiente.
“A cirurgia é um benefício, mas exige comprometimento do paciente. Ele precisa mudar hábitos alimentares, praticar exercícios e manter o acompanhamento com equipe multidisciplinar”, explicou. O principal risco, segundo ele, é o reganho de peso, geralmente causado pela falta de adesão ao tratamento no pós-operatório.
A recuperação costuma ser rápida. Em cerca de três a quatro semanas, o paciente já consegue se adaptar à nova alimentação. O procedimento também tende a reduzir a fome e a compulsão alimentar, dependendo da técnica utilizada.
No Centro Hospitalar São Camilo, onde o médico atua, o tratamento vai além da cirurgia. A unidade é referência no cuidado com pacientes com obesidade e sobrepeso, e também desenvolve ações de prevenção para evitar que o problema atinja níveis mais graves. “Nosso foco é tratar, mas também evitar que o paciente chegue a precisar de cirurgia”, conclui. Para quem sofre com obesidade, buscar orientação médica e avaliar as opções de tratamento é o primeiro passo para recuperar a saúde e a qualidade de vida.
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