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Com obra de 1888, biblioteca da UEPG guarda mais de mil livros raros

Foto: Gabriel Miguel
Algumas das raridades são a primeira obra catalogada pela Biblioteca da UEPG, uma cópia de “Esaú e Jacó”, de Machado de Assis, publicada em 1960.

Luvas nas mãos, máscara no rosto e muito cuidado são ingredientes obrigatórios na seção de Obras Raras e Especiais da Biblioteca Central da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Bicen-UEPG). O espaço é composto por 1.054 livros, catalogados e armazenados em condições adequadas para sua preservação.

Algumas das raridades são a primeira obra catalogada pela Biblioteca da UEPG, uma cópia de “Esaú e Jacó”, de Machado de Assis, publicada em 1960, e uma cópia de “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri, datada de 1888, o livro mais antigo do espaço.

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Outra raridade é a obra “Álbum de Antropo-Geografia”, escrita inteiramente à mão pelo professor João Rodrigues Becker y Silva. Os textos do livro abordam as riquezas geográficas do mundo, acompanhados de ilustrações, também feitas a lápis pelo autor. Datado de 1944, o livro se destaca dentro dessa coleção. Figura relevante para a educação pública no Paraná e nome de um importante colégio estadual em Ponta Grossa, Becker y Silva divide espaço no acervo com Machado de Assis, William Shakespeare, Victor Hugo, entre outros autores aclamados.

Também há obras técnicas. Grande parte dos livros raros e especiais da Bicen está em inglês, alemão e francês e a maioria das obras envolve estudos na área da saúde. Dentro destes, é possível encontrar anotações dos antigos donos nas páginas, autógrafos e dedicatórias, além das marcas do tempo.

Esse acervo fica ao lado de 207 mil livros e periódicos disponíveis para empréstimo pelos estudantes. À medida que passam a apresentar determinadas características de raridade, como o preço no mercado, o tipo de encadernação, registros nas páginas e quantidade de exemplares em circulação, as obras são retiradas do acervo comum e colocadas nesse acervo especial, onde são envelopadas em papel adequado e agrupadas de acordo com o seu conteúdo.

“O que fazemos aqui é dar mais tempo de vida a esses materiais, para que sirvam de fonte histórica”, afirma Maria Luzia Fernandes Bertholino, diretora da Bicen.

Para ela, o acervo é importante não apenas para a universidade, mas também para a identidade de Ponta Grossa, por ser composto, em grande parte, por doações feitas por pessoas que desempenharam um histórico na cidade. “Nossa função é cuidar do patrimônio. O trabalho de cuidar e preservar estas obras agrega para a Bicen um papel de agente preservador da memória”, celebra.


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